Quais devem ser os desígnios do concelho para esta década?
Desígnios, ideias, intenções, planos, projetos, propósitos, vontades e sonhos é o que nos move todos os dias para sermos felizes. Um dos grandes problemas atuais dos políticos é que cada vez estão mais distantes das pessoas. O que se torna num contrassenso com o que vai acontecendo.
Os governantes locais aparecem em todo lado e sempre com generosas comitivas: inaugurações, aniversários e eventos. Promovem reuniões com várias entidades e com pessoas em nome individual. Respondem a comentários nas redes sociais. Divulgam o seu trabalho à distância de um clique. Invadem os jornais com as suas propagandas.
Enfim, aparentemente, o conceito de políticas de proximidade está em voga, mas as diferenças, na realidade, acentuam-se. Então o que estará errado? Se analisarmos bem a situação no nosso concelho, muitos são os fatores que me levam a não acreditar nesta aproximação mediática. A veracidade das intenções ou também, puxando para o tema desta semana, a falta de uma estratégia agregadora e de desenvolvimento.
Não basta lançar propostas de milhões ou colocar a cidade num verdadeiro caos. Será que a Figueira precisa, como prioridade, de um “miradouro” perto da praça velha? É assim tão essencial uma piscina de marés? E deixar ao abandono o edifício da piscina do mar é dignificante?
Gastar milhões numa mega transformação, que ninguém entende, do jardim municipal é assim tão relevante? E a Rua dos Combatentes da Grande Guerra, o que falta mais acontecer?
Quantos postos de trabalho foram criados com a “requalificação e valorização de frente mar e praia” que custou a módica quantia de 2M€? É esta a cidade que ambicionamos?
É fundamental a Figueira ter um desígnio de justiça social, baseada num compromisso público de desenvolvimento e de igualdade. É crucial criar mais emprego. Apostar no investimento económico no sentido de atrair e consolidar o tecido empresarial local.
Na questão ambiental, já chega de fingir que existe uma preocupação com a questão da erosão costeira. Haja coragem para exigir esforços junto do governo central e da europa. O que a Figueira precisa é da pretensão e da determinação de quem sabe o que quer e que apresente uma ambição coletiva. Este é o verdadeiro desígnio!