Opinião: Vacina contra COVID-19 – Boas e más notícias

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A agência europeia do medicamento, pode emitir parecer favorável à vacina da Pfizer/BioNTech (BNT162b2 ) no dia 29 dezembro e é expectável que o mesmo aconteça a 12 janeiro com a da Moderna.
Outra boa notícia, Portugal, via União Europeia, assegurou a compra faseada de 22 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 para toda a população, num plano de vacinação que irá prolongar-se, pelo menos por 18 meses, prevendo-se entrega de 900 mil doses no primeiro trimestre 2021, começando-se assim, a vacinar os utentes dos lares e profissionais de saúde. As várias vacinas têm diferentes características, no modo de conservação e no momento em que serão distribuídas. É certo que a vacina pode ser para todos, mas não o será ao mesmo tempo e terá duas doses, espaçadas de 28 dias.
Continuamos a ter boas notícias, sobre a vacina da Pfizer/BioNTech já aprovada em Inglaterra e EUA. Dois ensaios publicados este mês no NEJMO e The Lancet são encorajadores. No ensaio publicado no The Lancet, os autores concluem que a vacina apresenta uma eficácia de 95%. Os 36.523 participantes, indivíduos saudáveis com mais de 16 anos e idosos com doenças crónicas estáveis sem evidência de infeção por SARS-CoV-2 foram divididos em dois grupos. No grupo de intervenção/vacina, 8 contraíram doença e no grupo de controlo (sem vacina) 162 contraíram o COVID-19, ou seja, na prática, necessitamos de vacinar 120 pessoas para evitar um caso de COVID-19.
Quanto ao perfil de segurança é similar a outras vacinas caracterizando-se por dor no local da injeção, fadiga e dor de cabeça ligeira a moderada.
Mas há más noticias. Uma possível vacina contra a malária venceu a 64.ª edição dos Prémios Pfizer 2020, mas não há prazos para a sua comercialização. A malária não é uma doença global, é endémica de certas regiões e segundo a OMS, vai causar este ano mais mortes que a COVID-19. Acreditemos que possa agora ter o impulso que sempre lhe faltou por ser apenas a doença de alguns.
A resposta final é obvia: dinheiro. Foi possível apresentar resultados em tempo recorde para a Vacina COVID-19, porque o seu desenvolvimento teve financiamento público inigualável e sem necessidade de acomodar riscos em caso de insucesso. Estamos perante um feito incrível, facilmente considerado de ficção científica.
A segunda má noticia, é que desconfio que, para certos distraídos, uma vacina, será a cura imediata para esta pandemia. Infelizmente ainda não será. Será sim, a criação de imunidade por determinado tempo.
São bastantes as teorias carregadas de desinformação. É um tema sensível, que requer uma campanha de comunicação simples, bem planeada, fácil de entender e adaptada a toda a população e que passe continuamente na TV, rádio, jornais e redes sociais. A vacina não será obrigatória, o que é uma boa medida, assim como também o é, a opção pela sua universalidade e gratuitidade.
Este plano de vacinação será um enorme desafio para o SNS, durará todo o ano de 2021 e 2022 e exige que estejamos atentos às diversas fases, esperando pacientemente pela nossa vez.
Se nos vacinarmos todos, vamos proteger os que não podem vacinar-se (grávidas, imunodeprimidos, alérgicos) e voltar a acreditar no recomeço da normalidade.

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