Para os que, como eu, nasceram na década de 70, Diego Maradona é, provavelmente, o maior artista do futebol que viram jogar (uso o termo deliberadamente, pois o maior atleta no métier é, para mim, Cristiano Ronaldo).
Sei que a lógica do “se” é tramada, mas ouso dizer que, com as mesmas condições de dureza, Messi não teria metade do estatuto de Diego.
Sobre os feitos e problemas de Maradona, porém, já quase tudo se disse. Opto, por isso, por deixar-vos nota da singularidade com que o seu desaparecimento foi vivido na Venezuela.
Pronunciando-se sobre a morte do astro, Nicolás Maduro disse (cito de artigos lidos on-line): “desapareceu um amigo: um Gigante dentro e fora do campo”, acrescentando que “foi um defensor irredutível da Revolução Bolivariana”.
Refira-se que Maradona veio várias vezes à Venezuela, tendo mesmo dançado em palco num comício de Maduro, e tendo participado num encontro de futebol com o mesmo e outros notáveis do regime. Em 2017, em plenos conflitos sociais, Maradona declara: “somos chavistas até à morte e, quando Maduro ordene, estarei vestido de soldado (…) para combater o imperialismo”.
A origem deste “tango” bailado por Maradona começa, aliás, bem antes, com Hugo Chávez, participando em cimeiras internacionais a convite do “Eterno Comandante”, como é referido oficialmente. Por ocasião da morte de Chávez, Maradona enviou sentida mensagem, tendo, posteriormente, visitado o seu túmulo na companhia de Maduro.
Podendo, diria algo mais…