Com a desejável vitória de Biden, deixo apontamentos, a Sul:
1. Se não fosse a pandemia de Covid-19, bem como o menosprezo e os dislates presidenciais a seu respeito, fica a sensação de que, olhada a curta vantagem de Biden, Trump ganharia novo mandato.
2. O facto impressiona tanto mais quando é verdade que falamos de um chefe de estado que deu o braço a Putin e a Kim.
3. Ficam alertas para futuro no mais poderoso país do planeta: a face actual da democracia pode enrugar-se. Senão vejamos; falamos de um Presidente que, sem qualquer fundamento sólido, violou regras não escritas (e o direito não escrito é tanto mais relevante quanto mais minimalista for a constituição nacional, como é o caso) ao nomear, em fim de mandato, uma magistrada para o Supremo Tribunal (deveria ter deixado a prorrogativa ao sucessor).
4. Outro ponto de alerta é o discurso pós-eleitoral, no qual alegou fraude massiva, sem qualquer prova.
5. Certo que muitas televisões cortaram o discurso, mas não é menos certo que os media tradicionais estão em crise e sob ataque dos meios de comunicação da pós-verdade (a mentira que se torna realidade por ser dita por líderes carismáticos, no meio de excesso de informação, e repetida à exaustão com auxílio dos novos meios de difusão).
6. Depois de Hillary Clinton e Biden, já vai sendo tempo de o Partido Democrata escolher candidatos fortes. Contra um republicano decente, esta teria sido uma fragorosa derrota.
7. Espera-se o regresso ao Acordo de Paris, entre outrasmedidas.