Qual é o seu contributo para a mitigação da pandemia no concelho?
Não tendo previsto o impacto (consequências muito severas), a duração (um ano?) nem o impacte (possibilidades de mudança que eventualmente proporciona) da pandemia, cedo intuí que a correlação de forças entre a saúde e a economia iria ser tensa e nem sempre resolvida a contento… de qualquer uma.
Estou cada vez mais convencido, aliás, que ninguém, mesmo aqueles que supostamente nada mais fazem senão trabalhar para criar condições para a atenuação das consequências das calamidades, tinha, ainda que em esboço, um plano de contingência.
Assim, tudo o que temos feito, individual e coletivamente, pessoal e/ou institucionalmente, é reagir, quer no que pensamos, quer no que fazemos – quase sempre, até agora, na sequência de uma clara indefinição científica (como é que a epidemia começou? como é que o SARS CoV-2 é transmitido? porque é que alguns casos são tão graves e outros quase inofensivos? quanto tempo dura a imunidade?), técnica (as máscaras podem ser usadas até que máximo de tempo diário? as mãos sofrem com a lavagem constante e com o excesso de álcool gel?), e ética (a obrigação a confinamentos, a restrição às liberdades, a instalação da app Stayaway Covid).
Ora, aceitando como válida a teoria matemática da epidemiologia de doenças transmissíveis, a qual prevê que um vírus com as características do da covid-19 tem o potencial para infetar pelo menos 80% da população mundial, a questão seguinte é acerca da respetiva velocidade, pelo que, assim, depende de cada um de nós e das Instituições a que estamos ligados a implementação de práticas para reduzirmos aquela.
A fase de mitigação da pandemia entrou oficialmente em vigor em Portugal no passado dia 26 de março, pelo que, nos últimos oito meses temos sido levados a focar-nos na “atenuação dos efeitos e na diminuição da propagação, minimizando a mortalidade associada” (DGS), o que deve continuar sem, contudo, retardar mais o início da fase da ação, nomeadamente através de um substancial reforço do sistema de saúde. Daí um enorme apreço a quem está a cuidar de nós – bem-haja, sejam recompensados!