Opinião: Proximidade

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Que propõe para uma integração eficaz da comunidade cigana do concelho?

Viver em sociedade muitas vezes é um verdadeiro desafio porque temos que saber lidar com a nossa liberdade sem colidir com a dos outros. E, por isso mesmo, uma sociedade tem de ser organizada, devendo estabelecer critérios de equidade, independentemente de diferentes comunidades, tradições, credos e/ou religiões.

Desde 2013 que Portugal apresenta uma estratégia nacional para a integração das comunidades ciganas. Este documento estratégico termina este ano e, ressalvo, que tem existido no nosso concelho algum trabalho de sensibilização nesta matéria, mas para futuro, é necessário fazer mais.

Todo o trabalho que tenho assistido (palestras, congressos), estão muito fechados entre si. Tentam captar a comunidade cigana, mas poucos são os que se envolvem nestas ações e a comunidade em geral vive à margem deste trabalho. As intenções são muito boas no papel, mas se não se praticar na realidade, não existe uma verdadeira inclusão.

Admito que não é fácil. Mas a autarquia da Figueira da Foz pode fazer a diferença nas políticas de integração/inclusão. Aliás não é preciso inventar nada. Basta mudar o conceito de “prioridades” que existe atualmente no nosso concelho. Infelizmente, quando se fala em comunidade cigana, direciona-se para os bairros sociais. Mas o problema concentra-se nas pessoas de etnia cigana ou no modelo formado por estes espaços habitacionais?

Seria fundamental existir equipas multidisciplinares e de proximidade, que trabalhem no “terreno” e conheçam a realidade dos bairros sociais que, na minha opinião em vez de ter uma intensão agregadora, isolou e deixou à mercê quem lá vive e porquê? A concentração de população económica e socialmente desfavorecida com a agregação de grupos de risco, intensificou a diferenciação e a exclusão social, contribuindo para a estigmatização desses locais.

Para se perceber as problemáticas e as necessidades das pessoas ou de uma comunidade deve-se ir ao encontro delas. Só assim é possível concretizar um projeto de intervenção. Só assim é possível uma relação de confiança que permitirá orientar e apoiar quem precisa, alcançando um objetivo comum a todos nós, o bem-estar social.

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