Opinião – Por muito que nos custe…

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Há pouco mais de um mês a Bélgica era um dos países mais fustigados do mundo pelo coronavírus. Chegou quase a atingir-se o assustador número de 24.000 casos por dia, num país onde já faleceram mais de 16.400 pessoas. Todavia, esta semana pouco mais de 1000 casos diagnosticados por dia. Uma redução impressionante!
O que tem acontecido, então, no país do Tintin?.. A última que vez que os cafés, restaurantes, cabeleireiros, ginásios e comércio não essencial abriram portas foi no (já longínquo) dia 18 de outubro. Nessa altura, ainda, foi decretado o recolher obrigatório das 22.00 às 06.00 e reduzido drasticamente o número de pessoas admitidas num ajuntamento, quer dentro quer fora de portas. O teletrabalho passou de recomendável a obrigatório, também. As escolas fecharam por duas semanas e a retomada é feita em regime híbrido, presencial e virtual.
Por muito que me custe reconhecer. E custa, porquanto nunca na vida sentira as minhas liberdades tão coartadas; nunca vivera um regime excecional de recolher obrigatório; nunca sentira a cidade moribunda e as ruas tão desertas; e nunca vira tamanha tristeza nos olhos dos meus concidadãos, sobretudo os que dependem do comércio. Deve existir um nexo causal, ou seja, a redução exponencial dos casos diagnosticados em pouco mais de um mês tem, evidentemente, relação direta com as medidas draconianas adotadas pelas autoridades belgas, assim como a tomada de consciência coletiva.
Apesar de, na próxima semana, estar previsto um aligeiramento de algumas medidas – o comércio não essencial retoma, mas não cafés, restaurantes, ginásios, etc – o governo já fez anunciar que não pretende abrir totalmente no natal e fim do ano. Afinal, contas não pretendem perder em 4 dias o que se alcançou em 40.

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