Opinião: Pandemia longe de casa

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Em Fevereiro, aguardávamos ansiosamente as tão esperadas férias.
Lembro-me de ver nas notícias que havia uma epidemia na China e questionar-me se o vírus iria chegar ao Reino Unido. Consultar o “Johns Hopkins Covid-19 map” tornou-se então um hábito diário e depressa o vírus chegou à Europa.
O número de casos em Londres começou a aumentar e o pânico estava intalado. Filas de duas horas para a farmácia, paracetamol e gel desinfectante para as mãos esgotados.
Supermercados com as prateleiras vazias, papel higiénico, massa e farinha eram racionados. Ouviam-se os mais velhos dizer: “parece que estamos no tempo da guerra”.
De férias canceladas, decidimos “fugir” da cidade para recuperar energias. Não durou muito, o Lockdown foi anunciado e fomos obrigados a regressar a casa.
De volta a casa, Londres estava diferente, o céu que antes era um cinzento constante, estava agora azul, o sol brilhava e o ar parecia mais puro. O trânsito tornou-se quase inexistente, os parques estavam cheios de pessoas que tiravam partido da permitida hora de exercício e as máscaras tornaram-se parte do visual.
A comunidade juntou-se numa ovação aos keys workers e as palmas à quinta-feira noite eram agora tão certas como o telejornal das oito.
Meses depois, o país parece melhor preparado, as idas ao supermercado tornaram-se menos caóticas e as medidas temporárias parecem estar para ficar. Portugal nunca pareceu mais distante e a incerteza de ver a família no Natal é a única coisa que ocupa a mente.

Pode ler a opinião de Marta Campos Cravo, que reside em Londres, Inglaterra, na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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