Opinião – Os ursos… Não desses! Mas os maritimus

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Em setembro de 2016 o meu filho, que se encontrava na Universidade de Svalbard no Ártico a 78˚ de latitude N, num curso de verão, teve um encontro “imediato de terceiro grau” com um urso polar (ursus maritimus). Felizmente o resultado foi apenas um enorme susto, dada a defesa coordenada do grupo de investigadores onde se incluía, a rápida resposta da equipa de segurança da universidade e o telhado de uma cabana que se encontrava no final do vale glaciar.
Desde essa altura, qualquer notícia sobre o urso polar desperta-me o maior interesse. São tristes e preocupantes as imagens que tenho observado, em especial duas fotografias publicadas por Paul Nicklen no seu Instagram (https://www.instagram.com/p/Br8dXlEnxHe/), bem como as notícias que tenho lido sobre o modo como o maior carnívoro conhecido no planeta, tem sido severamente afetado pelas alterações climáticas. Atualmente o ursus maritimus é considerada uma espécie vulnerável, pela União Internacional para a Conservação da Natureza, apresentando alto risco de extinção a médio prazo.
O aquecimento global no Círculo Polar Ártico e o consequente degelo dos glaciares dificultam a caça à foca anelada, que é a sua maior fonte de nutrientes.
É já um novo normal termos notícias sobre ursos polares completamente exaustos que na sua luta pela sobrevivência, são levados a mudar os seus hábitos e a procurar de alimento dentro de aglomerados urbanos do Círculo Polar Ártico.
Esta alteração no clima do ártico com verões cada vez mais quentes e invernos menos frios está a ter, cada dia que passa, um impacte voraz no ecossitema do círculo polar ártico e por consequência no mundo.
Com a subida das temperaturas, o solo do ártico, o permafrost, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congeladas, está a derreter e a libertar metano para a atmosfera que leva ao aumento do efeito de estufa.
Por este exemplo e por tantos e tantos outros é urgente combater as alterações climáticas. Não esperemos que os outros o façam, adotemos um estilo de vida sustentável que garanta o futuro das gerações vindouras.
Todos os dias reflita no que poderá fazer para diminuir a sua pegada ecológica. Há tantas pequenas coisas que pode fazer. Pense, por exemplo, que 70% dos resíduos produzidos diariamente são recicláveis. Passe à história a palavra lixo e substitua-a por recurso.
A migração dos ursos polares já começou e, no site Polar Bears International (https://polarbearsinternational.org/#polar-bear-cam) pode-os seguir em direto de Churchill, no Canadá. É neste local que os ursos polares, que habitam nesta área do Canadá, se reúnem e aguardam o congelamento, cada vez mais tardio, da Baía de Hudson para que, aí, possam caçar a sua maior fonte de nutrientes, a foca anelada.
Nesta página pode, ainda, adotar simbolicamente um urso. Não um desses! Mas um maritimus.

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