A administração portuária deveria ter elementos figueirenses?

No meu entender, a intenção de quem proferiu as afirmações que estão na origem da pergunta desta semana não se prendem tanto com a origem geográfica de quem compõe a Administração do Porto da Figueira, mas sim com o conhecimento do terreno e, sobretudo, do interesse que a mesma Administração demonstra pelos profissionais do nosso concelho.
Infelizmente, este é um mal que se constata frequentemente na administração pública, o caso de pessoas com funções administrativas ou executivas, algumas dessas pessoas até são profissionais competentes, mas que na prática muito pouca atenção concedem aos profissionais e à região que devem servir. Obviamente que a nossa legislação não permite (e bem) a discriminação de pessoas pela sua origem geográfica quando se contrata um cidadão para uma determinada profissão ou atividade.
Não faltam exemplos de figueirenses adotados que serviram a nossa cidade com dedicação e amor, como se tivessem cá nascido e crescido. No entanto, é perfeitamente legítimo estabelecer como condição de escolha dos membros da administração de um porto, o conhecimento do terreno bem como provas dadas de contacto e de interesse para com os profissionais locais.
Infelizmente, como sabemos, nem sempre este é um critério a ter em conta aquando da seleção de pessoal administrativo. No nosso país ainda há muita tendência para se escolher baronetes em detrimento de pessoas realmente interessadas, com capacidade para trabalhar em grupo e no seio da comunidade.
A minha grande dúvida é se os atrasos que se têm verificado na implementação de intervenções essenciais no Porto da Figueira resultam da questão aqui levantada ou se sofrem mais do desinvestimento generalizado nas infraestruturas públicas que tem sido apanágio deste governo.