Opinião: Coração e razão

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A administração portuária deveria ter elementos figueirenses?

A administração portuária da Figueira da Foz deveria ter no seu conselho de administração um ou dois elementos que representassem os interesses do nosso concelho, da CIM de Coimbra e da Comunidade Portuária da Figueira da Foz. Considero completamente irrelevante que essa ou essas pessoas tenham nascido ou crescido na Figueira. Relevante deverá ser estarem comprometidas com a estratégia e interesses coletivos do município e da região e, tal como se diz em linguagem portuária, de todo o seu hinterland.
Portanto, quem administra a operação portuária deveria ter a perceção da importância da sua área de influência que assenta sobre um território composto por atores e dinâmicas muito próprias. Não poderá ter apenas uma visão baseada na mera economia de escala que traz a gestão conjunta dos dois portos de Figueira da Foz e Aveiro.
Cada um destes portos tem características muito específicas, que não se esgotam na resolução dos requisitos técnicos que garantam que o nosso porto continue a integrar a rede transeuropeia de transportes e, portanto, que garantam que toda a operação logística do porto comercial tem sucesso, serve as nossas empresas e é financeiramente sustentável.
Há que perceber que o porto comercial está no centro de uma cidade com uma forte vertente turística, de desportos de mar e de rio e de lazer. A atividade portuária tem de conseguir conciliar as suas atividades com quem quer remar, velejar, ou fazer surf. Tem de ter cuidados acrescidos com as cargas e descargas dos navios sem prejudicar o ambiente e a imagem da cidade.
Há que perceber que a barra e o estuário do Mondego, cuja manutenção e gestão é da responsabilidade da administração portuária, também serve o porto de pesca e a marina de recreio e que o conforto e segurança da navegação destas embarcações deverão estar sempre garantidos.
Há que perceber que os molhes de proteção da barra, já prolongados várias vezes, têm retido as areias, fazendo com que a praia da Figueira cresça todos os anos e que as praias a sul dos molhes decresçam todos os anos. Devendo as areias dragadas nas manutenções do porto ser sempre transferidas para as praias a sul. Logo, a administração portuária deverá ter um figueirense de razão e coração!

Pode ler a opinião de Ana Carvalho na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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