A administração portuária deveria ter elementos figueirenses?
O Porto da Figueira da Foz é a pedra basilar do desenvolvimento humana que a nossa região conheceu nos últimos 250 anos. Foi durante os séculos XVIII e XIX que o aumento do tráfego no porto levou ao crescimento acelerado da aldeia que se viria a tornar a cidade da Figueira da Foz. O facto da Figueira da Foz se localizar na foz da autoestrada milenar que era o Rio Mondego, criou condições ideais para que o porto Figueirense se transformasse no principal ponto de exportação de toda a sua região.
Também é fundamental ter em conta a geografia da costa portuguesa, que na época não permitia a existência de mais nenhum porto entre Lisboa e a cidade do Porto. O caminho de ferro veio atrás da atividade portuária e assim se criaram as condições ideias para que o nosso território florescesse em termos industriais, turísticos e económicos.
O Porto da Figueira da Foz tem assistido a um aumento de tráfego constante nos últimos 10 anos, tem-se afirmado em várias rotas comerciais e tem-se demonstrado imprescindível a várias indústrias da nossa região, porém a perda da administração portuária para o Porto de Aveiro foi um golpe duro nas ambições figueirenses de possuir uma voz central na gestão macroeconómica regional.
Considero aliás que a permanência de um conhecedor da região na administração do Porto de Aveiro seria importante, mas não fundamental. É sem dúvida mais interessante termos pessoas capacitadas nos lugares, do que pessoas que ocupam o lugar por terem nascido num determinado local. Contudo, aquilo que considero essencial é que um dos administradores do Porto de Aveiro esteja a tempo inteiro na Figueira da Foz, por forma a garantir a proximidade e a celeridade que algumas decisões importantes necessitam.
O Porto da Figueira da Foz está a funcionar bem, os números são demonstrativos disso mesmo, porém é tempo de fazer investimentos estruturais para potencializar ainda mais este recurso importante do nosso território. É essencial continuar a trabalhar com a administração atual para que esses investimentos se concretizem o quanto antes.
Pode ler a opinião de David Monteiro na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS