Houve progressos significativos de integração da comunidade cigana na Figueira da Foz. Já não vivem tão afastados da normalidade social, entre crianças que frequentam a escola a proprietários de lojas com sucesso. Terminaram os bairros de lata sem água nem luz, como existiram durante anos em diversos pontos do concelho.
Falta ainda percorrer um longo caminho de integração. Em particular a comunidade cigana tem dificuldade em transitar para o mercado de trabalho, assumindo empregos estáveis após obter uma educação formal bem sucedida. Reduzir o abandono escolar é talvez o maior desafio, e como evitar que tal aconteça.
Cabe-me elogiar o esforço da câmara municipal, dos líderes da comunidade cigana (por exemplo, Bruno Gonçalves da associação Letras Nómada e de alguns partidos políticos (em especial o Bloco de Esquerda e o Rui Silva), associada a uma melhoria da gestão da habitação social (desde 2009) tem facilitado o processo de integração.
Contudo, há muito por fazer e problemas complexos a dirimir com mestria, desde a autoexclusão de membros da comunidade até a confrontos pontuais (como aconteceu na Praia da Leirosa) em que um indivíduo, uma única família, mancha toda a comunidade e é rejeitada pelos vizinhos, levando a manifestações públicas de repúdio. Importante, também, será continuar a mentalizar a comunidade cigana que deve aceitar as regras sociais, mostrar um esforço público de integração e não tolerar comportamentos desviantes.
No concelho da Figueira da Foz existem duas associações ciganas (Letras Nómadas e Ribaltambição – Associação para a Igualdade de Género nas Comunidades Ciganas) que visam “o envolvimento e na participação ativa destas comunidades, em particular das associações ciganas”, o que é bom. Destaca-se ainda o facto de a câmara municipal ter iniciativas que dão a conhecer a cultura cigana à sociedade, tendo o ex-vereador António Tavares um papel importante no arranque deste processo ao organizar diversas atividades em 2014.