Livro reflete sobre percursos e papel dos produtores culturais no país

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Foto TAGV

O livro “As Produtoras – Produção e Gestão Cultural em Portugal”, de Vânia Rodrigues, criado no âmbito de um doutoramento na Universidade de Coimbra, procura refletir sobre os percursos e o papel dos produtores culturais no país.

O livro, editado pela Caleidoscópio, reúne 23 relatos longos em discurso direto de produtores e gestores culturais portugueses, 18 mulheres e cinco homens, de gerações e percursos diferentes, num trabalho realizado no âmbito do doutoramento em Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra da gestora cultural Vânia Rodrigues.

A publicação, que não é o resultado do doutoramento, que ainda não terminou, procura perceber como é que esses 23 produtores e produtoras acederam à profissão, como a operacionalizam e como se situam e relacionam em relação à criação, afirmou à agência Lusa a autora, que apresentou a obra na quarta-feira, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra.

“A hipótese de publicar este livro tem menos a ver com conclusões, mas mais como um ponto de partida. Há uma intenção documental nesta edição, porque é preciso integrar a experiência e o olhar dos produtores e gestores no relato da história contemporânea das artes performativas”, explicou, considerando que havia a necessidade de estabelecê-los também “como sujeitos, tal como os artistas”.

Com estes 23 relatos, é possível perceber o trajeto de cada um e também o percurso de legitimação da profissão em Portugal, constatou, realçando que apesar de serem profissões “associadas à dimensão pragmática ou operacional da atividade artística” precisam de uma reflexão crítica.

“É urgente que estas profissões se pensem e não se limitem à sua função executiva. Essa é uma tarefa urgente pela profissão mas também pelas ameaças externas que questionam o valor da cultura e todos os seus intervenientes”, frisou, considerando também que há um problema da esmagadora maioria dos entrevistados em identificarem a sua profissão.

Vânia Rodrigues alertou que uma profissão que não é “sistematizada, discutida, opera na clandestinidade”, realçando que para se pôr em causa os modelos de trabalho e a interseção entre criação e produção é preciso “saber mais sobre como se produz e como se gere”.

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