Os jacintos-de-água, este ano, desceram até à foz do Rio Mondego mais cedo. Desta vez, não foi por força da chuva, foi ação humana, para atenuar os efeitos que a planta aquática produz na pesca da lampreia e sável, no início do ano. Os pescadores de pesca artesanal do Portinho da Gala que, ontem, prestaram declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS aplaudem a medida.
Os aplausos, contudo, não silenciam a preocupação, pois não se esquecem que, nos últimos anos, poucas vezes podem pescar no rio. Os prejuízos têm sido enormes e o medo de, na próxima época, poderem repetir a experiência é grande. “Os jacintos já interferem com o ecossistema, não é só com a pesca, no rio e na foz”, sustentou, por seu lado, António Miguel Lé, armador e dirigente da Cooperativa de Produtores de Peixe Centro Litoral.
A praga de jacintos afeta vários concelhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), sobretudo, Coimbra, Montemor-o-Velho, Soure, Figueira da Foz e Mira (na Barrinha da Praia de Mira). Aquela estrutura de municípios, substituindo-se às autoridades nacionais do ambiente, adquiriram uma máquina para remover a planta aquática, importada dos Países Baixos, que não chegará este ano. A praga, porém, alertou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, veio para ficar. Assim sendo, resta mitigar os efeitos.
A praga que veio para ficar
“Tendo a informação de que a máquina não vinha em tempo útil, reunimos com [as entidades ambientais] e a Câmara de Montemor-o-Velho e decidimos fazer uma operação para retirar jacintos, em curso, para, depois, atenuar a descida deles na ápoca da lampreia e do sável. É por isso que estão a descer a gora”, esclareceu Carlos Monteiro. A administração portuária, por seu turno, colocou uma barreira anfíbia, à entrada da marinha de recreio.
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