É incontestável que existe um grande distanciamento dos cidadãos relativamente à política.
Isso é notório nas altíssimas taxas de abstenção nos atos eleitorais.
Os dados são objetivos e traduzem que a cada vez mais Portugueses parece indiferente por quem e como serão representados.
Esta desistência de participação na vida pública, de ser voz ativa na cidadania, muito terá que ver com a forma como o poder político tem gerido e distribuído os lugares elegíveis e de nomeação, numa lógica de “carreira política partidária” em que são sempre os mesmos a ocupar os mesmíssimos lugares, rodando entre si os cargos, tudo em circuito fechado, quais seres ungidos por predestinação divina para governar e administrar em todas as áreas e sectores. Demasiados, sem quaisquer recomendações a não ser a militância partidária, formalizada ou manifestada. O povo há muito que percebeu esta lógica do funcionamento da “governança”.
A grande exceção, verdade seja dita, é Rui Rio, o político que procurou renovar as listas de deputados à AR nas últimas legislativas, mobilizando independentes e pessoas com experiência profissional fora das lides partidárias.
Este sistema dos “jobs for the boys” é preocupante e o País perde muito com o desaproveitamento de talentos que poderiam trazer mais valias à sociedade.
Os critérios de seleção para o desempenho dos cargos públicos deviam assentar na meritocracia, de forma a assegurar a melhor prestação e o consequente desenvolvimento de Portugal. E este governo tem sido pródigo em nomeações polémicas.
Destaco, a título de ex., a preterição da Procuradora Ana Almeida para a criada Procuradoria Geral Europeia, um organismo de combate à fraude e à corrupção.
Esta Procuradora foi selecionada por um Comité Internacional para um cargo cuja experiência profissional e independência são fulcrais.
Refira-se também que foi responsável por algumas investigações ao PS, entre as quais a das golas anti-fumo.
Mas a Ministra da Justiça não indicou a mais bem preparada. O Governo indicou José Guerra, que já tinha sido nomeado por Sócrates para a Eurojust, a Agência responsável pela cooperação entre as autoridades Portuguesas e Inglesas no caso Freeport, processo onde o irmão de José Guerra foi arguido.
Portugal tem sido amplamente criticado nas instâncias internacionais por desrespeitar a seleção do júri e ter indicado alguém que é próximo do governo.
Este tipo de atuação afasta os cidadãos da vida política, com as graves consequências inerentes.
Urge reformar o Sistema Político.
A minha atividade na semana passada
– Coordenei, como habitualmente, os trabalhos dos Deputados do PSD na 1.ª Comissão, de assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, destacando aqui que fui relatora de 2 Pareceres sobre as propostas de lei do governo para as grandes opções do plano e orçamento de Estado, no que à área sectorial de justiça concerne.
– Intervim em Plenário no debate sobre a iniciativa de referendo.
– Participei nas jornadas parlamentares do PSD.
– Participei na reunião do Grupo Parlamentar do PSD com vista ao debate e organização de vários trabalhos, designadamente do OE.
– Tive várias reuniões de trabalho com Deputados e assessores.