Opinião: Nós, “os malfeitores”!

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Estamos, nós, os agentes desportivos confinados há muito tempo. Diria mesmo, há demasiado tempo!
Parente pobre da sociedade, o desporto vive uma enorme crise.
Fico com a sensação de que a generalidade dos nossos políticos está para o desporto, como o Zé das Iscas está para o a,e,i,o,u, que não sabe ler nem escrever.
Um qualquer, como qualquer um, serve para ser responsável pela área do desporto, tanto no poder central como no poder local. A política tem destas coisas, entre outras tão ou mais graves, em que a determinante para ser um responsável político, pode bastar “usar o relógio de bolso… no pulso esquerdo… ou direito”!
Fico encantado quando dirigentes desportivos “andam de chapéu na mão”, qual pedintes, a solicitar o que deveriam ter por direito próprio. É a humilhação levada ao extremo! Há gente, políticos, que acha que o trabalho dedicado e voluntário de muitos milhares de cidadãos, terá de passar por um filtro político apertado, que pode ir desde a simpatia ao medo, do pequeno favor até ao “dobrar da espinha”!
O desenvolvimento do desporto português faz-se à custa de muitos, treinadores incluídos, e motores da evolução, que pagam para treinar os nossos jovens, deixando de dedicar à família o tempo que ela merece.
Há uma enorme falta de respeito por essas pessoas, mas também pelos jovens que, embora proibidos de treinar nos seus clubes, se encontram em campos ao ar livre com o consentimento dos seus Pais.
O Orçamento Geral do Estado, conforme está construído, é de uma enorme incongruência no que à prática desportiva diz respeito.
Não consigo perceber a falta de respeito para com dirigentes, treinadores, atletas e famílias. A não ser que os governantes pensem que tudo existe por geração espontânea.
De repente, o teatro, o futebol, as touradas, a música, têm direito a espetadores mas as modalidades de pavilhão, não. É de todo desajustado que tal aconteça.
É mais fácil permitir a permanência de 100 pessoas numa esplanada de exígua área do que num pavilhão desportivo. Brilhante!
Questiono-me se os decisores políticos já se aperceberam do mal que estão a fazer ao desporto português.
A fazer fé numa informação privilegiada, a cultura vai ser subsidiada por uma espécie, ou mesmo por uma “raspadinha”. Nada pior poderia acontecer à cultura, pois que o desporto também está dependente dos jogos de azar. O desporto em Portugal está dependente das apostas de muitos cidadãos.
A cultura vai ter de viver e sobreviver com o vício de terceiros, as mais das vezes por pessoas de parcas possibilidades financeiras que tentam a todo o custo, arriscando, encontrar uma solução fácil para os seus problemas. Que se torna sempre mais difícil, naturalmente! Ora, a cultura como o desporto não têm a gratidão do Estado, que aos próprios nada atribui de seu…porque nosso. Os impostos servem para tudo, para pagar tudo, menos para o que para os jovens e menos jovens é mais gratificante; a cultura e o desporto!
É tempo de uma grande reflexão sobre o que queremos para o desporto português.
Não, não vai ficar tudo como antes, ou dantes! Tudo muito diferente. E não se vê nem percebe uma vontade de mudar, porque só este acto deixa muitas pessoas inseguras. É da vida!

Pode ler a opinião de Luís Santarino na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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