Foi no final de setembro deste ano que o Tribunal da Relação de Coimbra anunciou a perda de mandato da presidente de junta de freguesia de Quiaios, mas o caso já tem uns anos, tendo ocorrido no primeiro mandato da mesma, mas só em agosto de 2019 o Ministério Público pediu a sua condenação, assim como de outros dois elementos do executivo, devido a crimes relacionados com abuso de poder.
Neste último mês, o partido socialista tem tentado, de diversas formas, a sua continuidade nesta junta. Ganhar tempo com sucessivas reuniões de assembleia de freguesia. Utilizando a argumentação de proximidade de futuras eleições autárquicas (falta um ano, mas até poderia faltar menos). Pedindo pareceres à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) com a utilização do “principio de continuidade”, como principal argumento. Rebatendo motivos e agindo sempre sob a vontade soberana de não deixar escapar o poder.
Os partidos da oposição já demonstraram que não querem compactuar com esta situação. Legitimo! O PS insiste em arrastar a sua autoridade e continuar a sua governação na freguesia através de uma gestão corrente. Mas “quem não deve, não teme”, certo? Ou agora está na moda ser-se presidente sem se ser eleito diretamente para o cargo? Ou é uma nova forma de impor presidências sem o escrutínio público?
Onde está a aplicação da democracia? Através da decisão do tribunal não se coloca em causa a escolha que a população fez nas últimas eleições? Onde está a responsabilidade política? Onde se encontra o respeito pelos eleitores?
A minha opinião sobre este assunto é direta e clara: dar voz ao povo! O voto é a única medida para verificar e discernir se os políticos que governam os destinos de Quiaios estão a agir ou não de acordo com os interesses dos fregueses ou se existe a vontade de mudança.
Já diz o ditado popular: “o seu a seu dono”. A justiça fez o seu papel, agora cabe aos políticos e aos seus partidos exercerem a sua responsabilidade perante quem os elegeu. Qual é a dúvida?