Que solução propõe para o impasse autárquico de Quiaios?
A confirmação do Tribunal da Relação de Coimbra da decisão da primeira instância da condenação da presidente e do secretário da Junta de Quiaios à perda dos respetivos mandatos, com a devolução de oito mil euros e penas de prisão suspensas, é um facto muito grave – pelo que representa, em si, mas também pelas implicações que tem.
De facto, o princípio da confiança na boa gestão da coisa pública foi aqui comprovadamente violado, o que, numa época de afastamento rápido e progressivo das pessoas em relação à Política e de facilidade de aceitação de discursos menos sustentados, seja de que quadrantes forem, contribui para sentimentos que já possibilitaram ascensões do tipo providencialista, com as consequências infelizmente conhecidas.
Ora, se o princípio da separação de poderes visa, pela sua fragmentação e necessária independência, uma melhor governação (que só pode sublimar-se através da satisfação das necessidades de quem elege, através do voto), neste caso só através da consulta popular se poderá voltar a perspetivar futuro para a freguesia de Quiaios.
Esta situação deve, também, motivar uma outra reflexão: embora esta decisão judicial seja dos últimos dias, o processo iniciou-se com uma queixa para o Ministério Público relativa ao mandato de 2013/2017, o que revela que a assincronia entre os ciclos eleitorais e a justiça pode perturbar a liberdade completa de escolha dos melhores candidatos, quer por parte dos partidos, quer dos eleitores.
E agora, Quiaios? Continuarás com um Partido Socialista agarrado ao poder? Ou preferirás escolher quem, finalmente, lutará pela construção da Circular externa, pelo arranjo da rua Direita, pela repavimentação das estradas da freguesia, pela finalização do saneamento básico em Cova da Serpe, Casal Novo, Bica, Ervedal, Saibreira, pelo retorno da agência bancária, pela requalificação e abertura da estrada da Serra, pela iluminação das passadeiras nas praias, pelo Centro de saúde…