Sem a festa habitual, mas com o espírito da Volta a Portugal em bicicleta, a 5.ª etapa da Volta a Portugal Edição Especial 2020 partiu de Oliveira do Hospital na manhã desta sexta-feira.
No Largo Robeiro Amaral, em pleno “coração” da cidade oliveirense, foram visíveis os dispensadores de álcool gel e o público, ao contrário de outros anos, esteve distante do local onde se concentraram ciclistas e responsáveis das equipas e a organização.
O frio e a chuva também marcaram presença e, na sétima vez que a partida aconteceu na cidade beirã (foi assim em 1982, 1991, 2010, 2011, 2013 e 2019), o número de espetadores na rua foi muito menor.
“Gostava que ganhasse o Joni Brandão. Até me emocionei com a vitória dele na chegada à Torre”, contou António Amaro, que aos 75 anos veio da Lajeosa até à sede do concelho ver a partida do pelotão.
“Acho que manter a partida aqui é uma boa opção. A pandemia obriga a tomar várias medidas, mas tem de ser assim”, confidenciou.
“Boa aposta da autarquia”
Resguardado por um guarda-chuva estava também Manuel Marques. “Gosto de ver o ciclismo e acho que esta é uma boa aposta da autarquia. É uma Volta a Portugal que vai ficar na memória e gostava que fosse um português a ganhar”, assumiu o habitante de Oliveira do Hospital, de 68 anos.
A chuva acabaria por dar tréguas, na partida, São Pedro “foi amigo” dos 94 ciclistas que alinharam de início na 5.ª etapa, e isso ajudou a que mais algumas pessoas saíssem à rua.
Maria Prazeres, de 68 anos, embora sem a companhia do marido, não hesitou em vir até à partida da etapa que começou em Oliveira do Hospital e terminou em Águeda (extensão de 176,3 quilómetros).
“Estou aqui perto, pois sou de Oliveira do Hospital. O marido não pode vir, por isso vim com o filho. Este evento ajuda a distrair dos problemas”, assumiu. Desafiada a apontar um vencedor, Maria só pediu que a camisola amarela seja conquistada por umcorredor nacional: “oxalá ganhe um português”, vaticinou.
Dia melhor no comércio
A presença da caravana da maior prova velocipédica do calendário nacional, acabou por trazer um dia melhor para o comércio.
“É um dia com um negócio melhor”, admitiu Márcia Duarte, de 27 anos, empregada no Café Jardim. “Esta manhã tivemos mais gente. É um evento bom para todos”, assegurou Margarida Moura, de 50 anos, colega de trabalho de Márcia.
O mais novo dos empregados, Bruno Almeida, de 22 anos, foi o menos contido nas palavras. “Está a ser um dia agitado e acaba por ser melhor do que o habitual. Tomando todas as precauções, acho que é um evento que se deve realizar”, disse o jovem.
O autarca de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, assumiu que o município foi solidário com o ciclismo. “Esta é uma edição diferente, mas, se em 2018 foi o ciclismo a ser solidário com Oliveira do Hospital, hoje [ontem] é o município a dar o seu contributo para a corrida”, destacou.
Estratégia para divulgar o município
A Volta a Portugal é aposta que ajuda na divulgação do concelho. “Esta é uma estratégia para divulgar o município. Hoje Oliveira do Hospital tem identidade própria e a Volta a Portugal contribuiu para isso”, garantiu.
O presidente da União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo (UVP/FPC), entidade que organiza esta Edição Especial, Delmino Pereira, faz um balanço positivo da corrida.
Pode ler a notícia completa e ver as imagens que marcaram a partida da Volta a Portugal Edição Especial de Oliveira do Hospital na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS