Opinião: Realidade paralela?

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Onde deve ser construído o almejado aeroporto internacional da Região Centro?

Remonta a janeiro deste ano a altura em que redigimos, nesta mesma coluna de opinião, acerca de um novo aeroporto na região centro. Decorreram 8 meses, mas parece que foi há uma eternidade, ou parece que passámos para uma qualquer outra realidade paralela de Haruki Murakami.

Na verdade, a urgência em construir um novo aeroporto no país. perdeu todo o seu furor. O impensável aconteceu, uma redução drástica da atividade relacionada com a circulação de pessoas, seja a nível profissional seja de lazer. Em consequência, as viagens aéreas em todo o mundo reduziram para números históricos, os aviões ficaram parados nos aeroportos e estes ficaram vazios de passageiros e a maioria das companhias aéreas a passar pelos maiores desafios da sua existência. Por outro lado, a união europeia, numa perspetiva de minimização dos impactes ambientais negativos provocados pelos transportes aéreos, pondera proibir voos com distâncias inferiores a 600km ou até 1000km.

Contudo, os estudos da economia portuguesa revelam que as ligações aéreas são um dos fatores cruciais que condicionam Portugal, por ser um país periférico face à Europa. Pelo que, tal como refere o Professor António Costa e Silva, o Plano de Recuperação Económica do país deve investir na ligação dos aeroportos nacionais à Rede Transeuropeia pois isso aumenta a sua competitividade, abre novas portas ao incremento da exportação nacional e à valorização dos produtos nacionais e permite explorar a cadeia de valor.

Neste contexto, há um consenso nacional acerca da necessidade de se criar uma estrutura aeroportuária em complemento à grande Lisboa.

A solução deve passar pela região centro, com uma densidade populacional, atrativos turísticos e dinâmica empresarial suficientes para sustentar um aeroporto, num futuro sem pandemia, claro. Reitero, com mais convicção ainda, que havendo uma base aérea militar que funciona e é mantida pelos impostos de todos nós, junto a um porto, ferrovia e autoestradas, deveria servir também para aviação civil, otimizando recursos e usando como modelo tantas outras situações semelhantes pelo mundo.

Porque não? Já aprendemos que uma simples mudança de perspetiva pode mudar a visão do mundo.

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