Se a concessão falhar, que deve a autarquia fazer com a piscina-mar?

A Piscina Mar ou Piscina do Grande Hotel é um espaço icónico da nossa cidade. Muitas foram as gerações que ali aprenderam a nadar e passaram os seus dias quentes de verão.

Para qualquer figueirense, é desolador ver o estado em que a Piscina Mar se encontra hoje. Contudo, a resolução deste problema está na agenda da autarquia, aliás, esta semana tivemos a novidade de que a Câmara admite voltar a abrir novo concurso para a exploração daquele espaço.

Porém, se esta concessão falhar e a próxima também, a autarquia deverá começar a projetar o que pretende fazer com a totalidade daquele património. Na verdade, a Piscina Mar é muito mais do que uma piscina e um empreendimento hoteleiro.

Na verdade, o piso inferior é um dos maiores ativos daquele edifício. Na verdade, esse espaço pode ser pensado para colmatar algumas das falhas existentes na nossa oferta turística, cultural e histórica. Por isso, uma sala modelar, em que um dia serviria para um concerto, na semana a seguir para exposições e noutra ocasião como sala de reuniões, seria uma excelente alternativa.

Relativamente à piscina, é difícil encontrar uma solução viável para aquele equipamento, dado que os lucros provenientes da exploração serão certamente inferiores aos custos de manutenção, o que cria uma situação de permanente investimento público num espaço que não se afigura como um equipamento turístico “âncora” no concelho da Figueira da Foz.

Além disso, em termos de piscinas, a futura piscina coberta municipal ou até mesmo outro tipo de equipamentos balneares que são realmente diferenciados nos dias de hoje, como a Piscina de Marés, a meu ver devém ser a prioridade.

Tal como muitos figueirenses, gostava de ver a Piscina Mar com a pujança de outros tempos, contudo, se esta for um encargo da autarquia (e não fruto de uma concessão) não será fácil projetar uma solução que garanta viabilidade financeira enquanto estivermos a pagar a dívida. Depois desta estar paga, estaremos em condições de pensar numa solução a longo prazo para aquele espaço histórico.