O Ministério da Agricultura garantiu nesta quinta-feira que não vai abdicar da defesa dos produtos e produtores nacionais, garantindo que está a acompanhar o alegado uso abusivo do porco e presunto de denominação ibérica nos EUA, motivo de contestação pelos agricultores.
“O Ministério da Agricultura não abdica da defesa dos produtos nacionais e dos seus produtores”, garantiu o Governo, em resposta à Lusa.
Em causa está a importação – por duas empresas dos EUA – de porcos pretos da Península Ibérica para fabricarem, nos estados norte-americanos do Texas e da Geórgia, aquilo que designam de “presunto ibérico americano”.
As confederações Nacional da Agricultura (CNA) e dos Agricultores de Portugal (CAP) defenderam hoje a intervenção dos governos português e espanhol e da União Europeia na proteção do porco e presunto ibéricos.
O dirigente da CNA, João Dinis, considerou que, “a confirmar-se esse tráfico que adultera, na origem, um produto de qualidade reconhecida – o porco ibérico, uma raça autóctone, e os seus derivados, particularmente o presunto – é mais uma má consequência do sistema”.
“É uma situação que é necessário impedir e para a qual devem convergir imediatamente os governos português e espanhol e a União Europeia [UE], para tomarem medidas para impedir mais uma traficância que ameaça a produção nacional, a produção ibérica e uma marca tão apreciada e que deve ser certificada: o porco ibérico e o seu derivado presunto”, sustentou o também autarca de freguesia em Oliveira do Hospital.
Para o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, não é o facto de se exportarem porcos pretos ibéricos para os EUA que vai substituir a produção autóctone deste animal e dos seus derivados.