Opinião: Sobre o tempo pós-pandemia

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Agora que dizem que a pandemia entra em fase de redução de casos e se fala de uma ou mais vacinas, há que verificar mais uma vez a preparação efetuada para a entrada em fase de escolarização dos nossos jovens. Trata-se de algo importante não só para eles, como para todos os que vamos usufruir da sua boa preparação profissional ou sofrer a sua incompetência nos muitos setores da nossa vida social e económica.
Tudo mostra como tudo é diferente do tempo em que a escolarização superior era quase só feita em Coimbra, levando Trindade Coelho a escrever jocosamente:
“Isto vai entrando nos eixos. Daqui a três dias os lojistas saberão já contar dinheiro e fazer trocos, – eles que durante 4 meses jazeram na inatividade, limpos de dinheiro e fartos de dormir.”
Agora neste tempo de quase pós-pandemia sentimos como o desvario educativo, que recomeçou com maior força em 2005, agravando e dificultando a vida dos professores, acelerado em 2007 com a entrada de um Novo Estatuto da Carreira Docente, levou muitos professores a abandonarem a profissão, mudando de vida ou reformando-se antecipadamente, não sendo as vagas criadas ocupadas.
Somos assim confrontados com uma insensata redução de professores.
São os que agora irão fazer falta, assim como farão falta outros técnicos de educação e ainda mais os auxiliares de educação. Apenas se fizeram obras faraónicas de requalificação de algumas escolas que, na realidade, foram gizadas por maus arquitetos e muitos engenheiros que pouco ou nada sabiam de engenharia como vemos.
Tudo aconteceu por um primeiro-ministro o querer para poupar, reduzindo também a oferta educativa noturna e de verdadeira nova oportunidade, já que o que oferecia não era uma verdadeira preparação profissional. Deixou atrás de si um país em bancarrota e uma escola pública em definhamento continuado.
Seguiu-se-lhe um Pedro Passos Coelho e com ele um Nuno Crato que só sabia falar de eduquês, uma terminologia feita em França, de que ele só sabia e mal a música.
António Costa trouxe-nos a presença só presumida de um ministro, já que este foi sempre fugindo dos problemas, incluindo os da formação e recrutamento de um corpo docente, que deve ser adequado a uma verdadeira Escola Pública para nos preparar para este mundo global. Fê-lo sempre nada dizendo e embora fale bem várias línguas.
Agora que o ano escolar tem mesmo de começar, receamos que continue a nada dizer e que a ignorância viceje dada a escassez e envelhecimento do corpo docente, sendo pouco exequível que se possam ir buscar os professores que ainda muito jovens abandonaram a profissão nos últimos quinze anos.
Voltaremos assim a estar impreparados para a competição global neste mundo que esperançadamente desejamos pós-pandémico.

Pode ler a opinião de Aires Antunes Diniz na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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