Opinião: Os sobreiros não dão laranjas

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A direita portuguesa é tão revolucionária como a esquerda (se não for mais), fruto do facto de muitos dos seus quadros provirem da extrema-esquerda.
Por isso, não é de estranhar que toda a minha gente neste país, desde o mais ilustre comentador até ao mais ignorante opinador das redes sociais, passando pelos políticos nacionais, regionais e locais de todos os quadrantes, defendam intransigentemente a urgência de reformas estruturais. Reformas estruturais que, em boa verdade, são revoluções estruturais, com a destruição e substituição de sistemas, organizações e instituições que consideram obsoletos e verdadeiros entraves ao desenvolvimento de Portugal.
Infelizmente, nem os nossos políticos, nem os nossos comentadores, conseguem perceber uma coisa que é óbvia para qualquer alentejano: por mais que se legisle e se reforme, os sobreiros não dão laranjas. É possível melhorar a qualidade da cortiça e a sua produção, mas não há nenhuma lei ou reforma estrutural que faça um sobreiro dar laranjas.
Ora, sem perceber isto, não vale a pena levar a cabo qualquer reforma estrutural. Um português não é, nem nunca será um alemão, um sueco ou um polaco. O nosso problema é cultural, não é estrutural.

Pode ler a opinião de Santana-Maia Leonardo na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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