Desculpem a minha insistência e persistência, estimados leitores, mas sem alimento somos um castelo cercado. Por muita que seja a nossa coragem, na resistência, somos vencidos pela fome ou pela falta de água.
Donde fazer aquilo que aconselho no livro “EIVA” (Energias Indispensáveis à Vida, ou seja, energia alimentar, electromagnética, energia das ideias e pensamento). A aldeia tem que se alimentar e alimentar a vila. A vila alimenta-se e o excedente alimenta a cidade. E um país tem que se alimentar e produzir alimento para sustentar a União Europeia em caso de calamidade, desencadeada pelo homem ou pela natureza, o que está a acontecer. Porquê?
Porque quem nos governa são imperadores das cidades e das Ciências Jurídicas, Humanistas e Empresariais. Noutros tempos, ainda tinham raízes nas vilas e cidades. Hoje, em pensamento, pelo menos, situam-se na linha de Cascais ou à sua volta.
Têm que rapidamente e sem demora criar estruturas como era o Complexo Agro-industrial do Nordeste (Cachão) por todo o país, de norte a sul. Deixaria de haver mendigos. Houve abrigo para todos quando ocorreu a traição no Ultramar. Os retornados, ou náufragos do império, puderam apenas trazer consigo desespero e ilusões. O quanto foi generoso o povo das aldeias, com a ajuda da igreja, que os receberam, acarinharam e ampararam!
Mas como são sábios os trabalhadores rurais… Questionados se davam 5% do que ganham para tirar o país do lamaçal em que caiu, todos, sem excepção, responderam: “Damos, mas não pode ser o Governo a gerir o dinheiro”. Assim tem sido.
Antes do 25 de Abril, nas notas estava escrito “ouro”. Hoje, para sermos sinceros, deveria estar “dívida”.
Disto decorre o termo ELVA, Energias Limitativas da Vida: a fome, a poluição e a impreparação dos políticos. Onde se metem, são uns génios a falar de estatísticas e, no caso da pandemia, a defender que estamos melhor que os outros países da Europa e com certeza muito melhor que os de África e das Américas.
A justiça pode escalonar-se em três graus. Justiça de sem-abrigo: tem tudo gratuito. No segundo grau fica a classe média: não pode recorrer a ela porque não tem dinheiro para a pagar. Os muito ricos esgotam-nos a paciência de tanta demora até à sentença e, algumas vezes, expira o tempo para a justiça poder actuar.
Os fogos nas florestas deixarão de existir se se voltar à ruralidade. No meu tempo de menino e moço, não ocorriam tal como começaram a ocorrer depois do 25 de Abril.
Os aviões, helicópteros e bombeiros não são a solução, apesar da sua generosidade e devoção.
Para produção alimentar em grande extensão, foram para o Alentejo grandes máquinas. Não é solução. Esgota-se a água e, com o peso das máquinas, transtorna-se a permeabilidade da terra.
Façam-se mais barragens e charcas, como aconselhou o rei do Sri Lanka, ou Ceilão, mais de mil anos antes de Cristo. Dizia: a água, antes de alimentar o mar, tem que alimentar a terra.
Com as barragens que se fizeram, não foi acautelado o acesso para os peixes. Só pensam nas máquinas e nas redes de pesca e não na biodiversidade, ao precaver a desova dos peixes. Mas mais ainda, os terrenos de aluvião, que inundam, não são compensados com áreas, pelo menos iguais.
A pandemia é o sinal de alerta.
Acautelemo-nos. Os políticos têm de ter conhecimento e aptidão diferente dos que têm agora. Adiem-se as eleições um ano para ver se despertamos e recebemos a bênção divina, para que a maioria dos deputados passe a servir e não a servir-se, como já foi regra e agora está adulterado. Que seja a concretização do renovar do nosso país e que se estenda a todo o mundo, servindo de modelo.