A corrupção em Portugal é endémica, estrutural e sistémica. O poder assenta numa espiral de corrupção que vai da base até ao topo. Todos os empregos e concursos públicos na mais remota freguesia até aos lugares cimeiros da Administração Central do Estado são conseguidos através de esquemas de amiguismo, compadrio e troca de favores, sob uma capa de aparente legalidade que encobre a batota generalizada. “Everybody knows”…
Por isso, todos os governos portugueses se recusam a aprovar a legislação europeia mais eficaz na luta contra a corrupção, invocando putativas inconstitucionalidades e direitos humanos, porque sabem que, se essa legislação fosse aprovada e aplicada, Portugal desmoronava-se.
Assim, preferem ir aprovando medidas que criem a ilusão de que se combate a corrupção, seguindo o mito de Sísifo: quando estão quase a ser presos, surge mais um recurso ou uma inconstitucionalidade ou uma falha do MP ou uma nova lei e volta tudo ao princípio.
Pode ler a opinião de Santana-Maia Leonardo na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS