Opinião: Isto (provavelmente) não vai correr bem!

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A economia está em estado de stress e muitos serviços públicos nunca estiveram tão relaxados. Eu sei que não é popular dizer algo assim, mas seja pela endémica falta de meios, incompetente estrutura de coordenação, número abusivo de pessoas de baixa, teletrabalho sem controlo de espécie alguma, temos , hoje, serviços públicos do Estado e municipais a funcionar de forma mais lenta. Não ficaria bem se não o escrevesse, na vã esperança de que quem tem responsabilidades, as exerça como se fosse realmente uma questão de sobrevivência da sua profissão. É exatamente isso que fazem centenas de milhares de portugueses. Lutar pelo seu posto de trabalho porque não há Estado que lhes valha, nem nada está certo para o próximo mês, quanto mais para a vida toda. Há um velho ditado que diz que o “rei fraco faz fraca a forte gente”.
É isso que se passa na maioria dos serviços públicos porque a maioria não está , como diz o povo, para se aborrecer. Lamento, mas é isto que muitos sentem. Excepciono os serviços públicos básicos, como os serviços de águas, recolha de lixo e mais alguns , cujas estruturas estão organizadas. Excepcionando alguns desses serviços básicos e a competente máquina de cobrança de impostos da AT, diria que a modorra tomou conta de quase tudo. Enquanto não se sabe se há acordo em Bruxelas para os apoios que o Governo implora e de que precisamos como do pão para a boca, e os números da COVID 19 teimam em não nos deixar em paz, expondo incompetências em série e falta de planeamento crónica – costumo dizer que não é de admirar porque aquela gente de tanta aparição e visitas institucionais, não tem tempo para trabalhar – vamos interiorizando que 2020 vai ser ainda pior do que se esperava.
A maioria das empresas desespera financeiramente e não cumprem pagamentos, as seguradoras de crédito cortam limites de plafonds, os bancos esperam por mais linhas de apoio, outras empresas desculpam-se com o vírus quando já estavam ligadas às máquinas há muitos meses, senão anos, dando origem a um caldo explosivo que certamente gerará muitas insolvências, muito desemprego e ainda mais despesa pública. Se nos lembrarmos que as moratórias empurraram – e ainda bem – muitos problemas para Março de 2021, e que a vacina só estará pronta nos nossos hospitais muito provavelmente daqui a mais de 1 ano, deveremos dar por certo que 2021 será ainda um tempo de agonia. Depois chegará o tal pacote que ou tem uma coordenação capaz ou não chegará , em tempo útil, para evitar mais meia dúzia de anos a recuperar tempo e riqueza perdida. É preciso mais energia e menos complacência ou , afinal, isto não irá correr nada bem!

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