Opinião – Hospital António Arnaut

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O que torna uma luta transversal? Sem partidos, sem correntes sofisticadas de pensamento? – A sua justeza! Tal como a arte maior, que é consensual e abrangente, as ideias estruturadas e justificadas por evidências tornam-se menos controversas.
Tem havido nos anos recentes muitos estados de alma que redundam em decisões avulsas e sobretudo não suportadas e depois não avaliadas. A ausência de reflexão raia o galinheiro quando se lhe atira milho. Tudo aos gritos e o galo às bicadas.
Um conjunto de ideias trazidas para melhorar o SNS que redundaram em fracassos, devem ser avaliadas, devem ser submetidas a julgamento público e por isso quando crio um crónica também sou um tribunal. Nós em Coimbra e na região Centro assistimos a uma desqualificação do SNS sem benefícios, com aumento de listas de espera, com desadequação das funcionalidades, com filas de gente nas ruas, com construção de bidonvilles para corrigir as decisões avulsas. Médicos que sempre cumpriram habilidades e tarefas viram-se relegados para uma situação pária, para a redução das suas qualificações. Há pessoas ostracizadas apenas porque sim. No caso do Hospital dos Covões destruiu-se um sistema de gestão excelente, destruíram-se mecanismos de controlo de despesas, apoucaram-se equipas com doze anos de trabalho, estrangulou-se uma urgência modelar, agora sabemos que sem plano, sem estudos, sem sugestão técnica. Porque torcemos uma instituição vamos agora justificar milhões de euros em obras no HUC. Só que o HUC tem uma via de chegada inadequada, ausência de aparcamentos, brutais fluxos de pessoas para consultas, listas de espera na linha do horizonte e outras para lá dela, desregula toda a zona urbana onde se insere.
Esta luta é para ir mais longe, é para nos levar ao centro do poder, – a Lisboa! Queremos homenagear o Serviço Nacional de Saúde e por isso vamos propor o nome de António Arnaut para o Hospital dos Covões, e Bissaya Barreto para a nova Maternidade.
Vamos levar connosco todos os hospitais vítimas desde saneamento de talentos e de pessoas. Todos os hospitais e cidades vítimas dos Centros Hospitalares que se provaram nefastos e infuncionais. Vamos estar com os enfermeiros abusados no Covid e esquecidos uns dias depois. Vamos estar com todos os que defendem um Serviço Nacional de Saúde com mais proximidade, mais amistoso, mais dirigido aos doentes que aos seus administradores e funcionários. O doente é uma realidade que é horizontal como esta luta – lá calharemos! Por essa provável fatalidade somos todos defensores da mesma luta – um direito das pessoas a ter um serviço adequado, amigo, fácil, se possível gratuito e sobretudo próximo.

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