Covid-19: Exposição evoca Rainha Santa em Coimbra num ano sem procissão

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FOTO ARQUIVO DB/LUÍS CARREGÃ

O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) promove a partir de sábado uma “exposição dinâmica” sobre a procissão da Rainha Santa e apelou hoje à participação do público com fotografias de anteriores celebrações.

“Esta é uma obra de arte coletiva e dinâmica”, disse hoje o diretor do CAPC, Carlos Antunes, à agência Lusa, ao esclarecer que “cidadãos de Coimbra e do mundo” podem enviar à organização, até dia 31, registos fotográficos de anteriores procissões em honra de Isabel de Aragão.

Habitualmente articuladas com as celebrações profanas da cidade em torno do feriado municipal, 04 de julho, a cargo da Câmara Municipal de Coimbra, também as festas religiosas, com duas procissões, foram este ano canceladas pela Confraria da Rainha Santa Isabel devido à pandemia da covid-19.

Carlos Antunes realçou que a procissão de Coimbra, realizada nos anos pares, “é um acontecimento suprarreligioso que pertence à cidade, a Portugal e ao mundo” e que a iniciativa “Rainha Santa in Absentia” visa colmatar simbolicamente “uma ausência brutal”.

“Trata-se de uma das maiores procissões do país. Queremos reapresentar e garantir, através da arte, uma presença na ausência de todo esse cerimonial do imaginário coletivo”, acrescentou.

Esse processo histórico remonta à Idade Média, quando Isabel, casada com o rei D. Dinis, financiou profundas reformas no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, na margem esquerda do Mondego, cujas monjas medicantes, devido a frequentes inundações, se mudaram no século XVII para um novo edifício na colina sobranceira ao rio, designado Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, onde a Rainha Santa está sepultada.

O CAPC está a desafiar “os cidadãos de Coimbra e do mundo a enviarem fotografias desta procissão de anos anteriores”, o que poderão ir fazendo, até ao fim do mês, para o endereço de correio eletrónico geral@capc.com.pt.

Em tempo de pandemia, a organização pretende que a exposição, “somatório de diferentes imaginários individuais”, possa ser revisitada no Museu, junto à ponte de Santa Clara, um espaço cultural do CAPC projetado por Francisco Tropa.

“A ideia é a de que a exposição vá crescendo ao longo do mês”, com a inclusão de novas imagens disponibilizadas pelos autores, explicou Carlos Antunes.

Segundo o mesmo responsável, o evento “Rainha Santa in Absentia” inclui a exposição de uma escultura relacionada com o “Milagre das Rosas”, atribuído à padroeira de Coimbra, da autoria de Armando Azevedo, antigo diretor daquela associação cultural, falecido em junho.

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