Que solução propõe para o Convento de Seiça?
O convento de Seiça não é apenas um edifício imponente, é muito mais do que isso. A sua fachada e o que resta do seu interior em ruínas, mostram as vivências que remontam ao reinado de D. Afonso Henriques. Nos dias de hoje a única forma de vida naquele local foi a natureza que desenvolveu.
Ao longo dos anos até ao presente tem sido referido a sua necessidade de reabilitação. Mas a ironia do seu destino faz com que seja um assunto de recorrente interesse de alguns a monumento esquecido para outros.
O problema é sempre o mesmo. Falta de dinheiro. Reabilitar um edifício daqueles vai valer milhões e com o tempo os milhões vão aumentando.
Mas se o problema é dinheiro, basta fazer as contas, já dizia António Guterres.
A reabilitação do Cabedelo já vai em cerca de 3 milhões € e ainda nem a meio vai. Como a Figueira gosta de estar na moda e é amiga do ambiente a requalificação no centro da cidade e de Buarcos ficou orçamentada num total das duas de 3.8 milhões €, fora as “trapalhadas” na rua dos Combatentes da Grande Guerra, o autor da estátua do pescador que decidiu reclamar e até estacionamentos que foram feitos por duas vezes.
E já agora acrescentar 1.3 milhões € para a mega transformação do jardim municipal, que será tão avançada para a época que ninguém entende.
Só nestes exemplos somamos um valor de 8.1 milhões €. Será que são estas as prioridades da Figueira? Se existisse uma estratégia centrada na essência da terra e das suas gentes podíamos ter aqui uma reabilitação do Mosteiro de Seiça. Ao invés disso o caminho foi e continua a ser betonar as freguesias urbanas. É onde existe mais pessoas e, aparentemente, mais votos. Infelizmente, para os comerciantes, o betão não ajudou.
Prioridades de quem gere os milhões! Através de uma reabilitação, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça poderia ser um monumento de celebração da cultura, onde faria sentido contemplar a sua história, ou até ser um lugar para destacar os nossos talentos figueirenses. Desde a pintura, à escultura, à fotografia. Porque não ser um tributo a Mário Silva. Pelo menos Cantanhede (Tocha) teve essa sensibilidade. Respeitar um monumento desta dimensão é dar-lhe vida!