Opinião – Fernando Medina defende um memorial à escravatura

Posted by
Spread the love

“A palavra ‘racismo’ é com o ‘ketchup’. Ela pode ser colocada praticamente em qualquer coisa”
Thomas Sowell, 1930

Breve nota introdutória: O nonagenário citado na frase em epígrafe, foi crítico acérrimo da vitimização do negro, ele próprio negro nado e criado no bairro paupérrimo de Harlem, graduado em Economia pela Universidade de Harvard, doutorado pela Universidade de Chicago, e actualmente membro sénior do Instituto Hoover da Universidade de Stanford, sendo autor de numerosa e extensa obra sociológica e filosófica publicada.
Começo por respigar do “Diário de Notícias”, de há dias, a seguinte entrevista de Fernando Medina, presidente da edilidade de Lisboa, fundamentada numa das suas promessas eleitorais em erigir, numa praça lisboeta, “um memorial à escravatura”, durante este seu mandato.
Revela ele, nesta entrevista, a promessa que quase coincide em tempo com a destruição selvática por parte de energúmenos de estátuas em várias cidades do mundo, nomeadamente no nosso país de “brandos costumes”, como aconteceu com a estátua do Padre António Vieira perpetrada por autores conotados com a extrema esquerda em “vandalismo ignorante”(Medina).
Até concedo que os seus autores materiais sejam ignorantes, mas não me atrevo em chamar ignorante à deputada Joacine Moreira ( com chancela académica universitária portuguesa ) quando faz constantemente ataques racistas a um Portugal que a acolheu e catapultou para o firmamento político português com benefícios económicos que um pingo de dignidade num vendaval de indignidade lhe aconselharia a abdicar.
Por seu turno, Mamadou Bu, outro dissidente do Bloco de Esquerda, bolsa em vídeos que publica discursos de ódio irracional com o fel de libelos acusatórios contra o país que acolheu e lhe dá a comer refeições fartas enquanto uns tantos nacionais de nascimento e de coração se sustentam com côdeas de pão duro ou a ração diária da sopa dos pobres!
Suponhamos, por mera hipótese, que portugueses de gema, naturalizados guineenses, ocupando lugares de deputados na assembleia representativa da Guiné, tinham idêntico procedimento acicatando o ódio contra este país de África. Deixo ao cuidado de possíveis leitores deste texto a respectiva conclusão que me parece óbvia e nada abonatória!
De igual modo, não se pode deixar passar em claro ofensas deste jaez, ademais num País que trata mal os seus antigos Combatentes do Ultramar e os navegadores de antanho que deram novos mudos ao mundo, em versos pessoanos: “’Ó mar salgado quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos quantas mães choraram! / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas noivas ficaram por casar!!”
“Last bu not least”, em nosso tempo no que respeita ao ataque terrorista perpetrado numa povoação do Norte de Angola ( 1961 ), em que foram chacinados centenas de civis portugueses brancos e negros indefesos, não tenho conhecimento de qualquer intenção em erguer em sua memória qualquer símbolo modesto como o simples dar o nome a uma rua ou simples ruela a assinalar esta triste e criminosa efeméride.
Perdura este trágico acontecimento, apenas, gravado em memória indelével dos que escaparam a esta mortandade, tiveram familiares que nela perderam a vida ou dela apenas tiveram conhecimento através da frase enérgica de Salazar que ficou na história por ela ser, segundo Paul Ricorur, uma mediação entre o passado e o presente: “Para Angola, rapidamente e em força”.
E assim aconteceu!

5 Comments

Responder a Hexaplex trunculus Cancel

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.