Opinião Urgência Covões: Covões, a (má) imagem do futuro da Saúde em Coimbra. Urge lutar.

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Coimbra não tem nenhum plano estratégico para cada uma das áreas em que deveria apostar, como a saúde, educação, cultura, inovação, indústria e turismo.

Como consequência, o concelho de Coimbra tem apenas 133 mil residentes, sempre em perda desde 2001, enquanto outros crescem, pelo que caiu para o 19º concelho do país. Coimbra perdeu 54% dos jovens residentes dos 25 aos 29 anos, por falta de emprego e de futuro, tornando-se um concelho envelhecido, e está num obscuro 60º lugar no valor dos bens exportados pelas empresas, com apenas 182 milhões de euros (PORDATA, 2018 ).

Neste enquadramento, qual o futuro de uma cidade que outrora se quis arrogar o título de “Capital da Saúde” mas que nada tem feito para o merecer?

O Governo tem a clara intenção de reduzir o CHUC a uma expressão mínima e, por isso, limita severamente a sua capacidade de investimento e o seu orçamento, com tremendas consequências para a qualidade e a quantidade dos cuidados prestados aos doentes e com a inerente diminuição de empregos públicos disponíveis. Perante o silêncio de muitos, o país foca-se e investe somente nas suas duas áreas metropolitanas, Lisboa e Porto.

Entre outras iniciativas, Coimbra tem de lutar ativamente para continuar a ser um polo de Saúde altamente diferenciado e modernizar o CHUC, para abrir a urgência médico-cirúrgica dos Covões 24h/dia, para se tornar a referência nacional da área da Geriatria e para instalar urgentissimamente o novo serviço de Obstetrícia e Neonatalogia.

Coimbra deve lutar, também, pela desconcentração de estruturas do Ministério da Saúde, como o INEM, a DGS, a ACSS e a IGAS.

O Hospital dos Covões, depois de salvar Coimbra na pandemia COVID-19, continua a sofrer um esvaziamento de competências sem que esteja definido o seu plano estratégico.

A próxima despromoção do seu serviço de urgência para uma mera urgência básica, sobrecarregando a já saturada urgência dos HUC e prejudicando a assistência aos doentes, representa mais uma dura machadada nos Covões, em Coimbra e no SNS.

A missão do Hospital dos Covões, que é urgente definir para evitar a sua destruição lenta e silenciosa, poderia ser orientada para se tornar a referência nacional na geriatria e gerontologia, em que Portugal é gravemente deficitário, com internamento polivalente, nas suas múltiplas valências e especialidades, mantendo uma urgência médico-cirúrgica e uma ampla gama de serviços, nomeadamente, mas não só, a cirurgia do ambulatório, a hemodinâmica, o laboratório do sono e consultas médicas de adultos em todas as especialidades.

Vamos à luta?

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