Devemos continuar a olhar para os números da pandemia “com cautela”, mas também podemos fazê-lo “com alguma confiança”. A garantia foi deixada ao DIÁRIO AS BEIRAS pelo delegado de saúde regional do Centro, João Pedro Pimentel.
Em jeito de comentário sobre o facto de não se registarem, nos 19 concelhos da Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra casos de novas infeções desde o dia 8 de junho – os números das últimas 20 horas ainda não foram divulgados conhecidos – o responsável diz que “a atividade epidémica na região Centro, onde se incluem os concelhos da CIM, claro, pode considerar-se, nas últimas semanas, de intensidade baixa, com ligeiro aumento do número de novos casos, o que justifica que a tendência seja analisada com cautela e sempre observando o que vem acontecendo nos últimos dias. Ainda assim, podemos olhar para a situação olha com alguma confiança”.
João Pedro Pimentel alerta que há “alguma variabilidade dentro da própria região, com valores que diferem de zona para zona”. Mas destaca que “a curva epidémica, que retrata a evolução do número de novos casos e após o pico verificado no final de março e inico de abril, apresenta, a partir desta data, uma tendência decrescente, consolidada desde do início de maio”. Em termos comparativos, a Região Centro (RC) está melhor que o todo nacional: “A taxa de incidência na RC é de 237,7 por 100 mil habitantes, sendo inferior ao valor registado em Portugal, que é de 346,4 por 100 mil habitantes”.
As medidas de desconfinamento “não tiveram especial impacto nas escola e/ou creches, e os poucos casos positivos aí verificados tiveram rápida resolução com a realização de testes e de medidas de isolamento”, lembra o diretor do Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro. E “também a situação nos nares tem vindo a estabilizar com gradual recuperação de utentes e profissionais”.
Por outro lado, “o número de internamentos nas unidades hospitalares reduziu-se, no último mês, muito significativamente, e a taxa de recuperados dos 3.934 casos [em toda a Região Centro] é agora de 80%”.
De qualquer forma, João Pedro Pimentel lembra que “a situação é ainda sensível e, por isso, por parte de todos os cidadãos, deve manter-se uma atitude cívica de grande respeito, pela sua saúde e pela saúde dos outros, através da adoção das medidas e de comportamentos amplamente divulgadas, em especial o distanciamento físico e a lavagem de mãos, com vista a evitar a transmissão do vírus SARS-Cov-2 e consequentemente a propagação desta pandemia, que causou na Região Centro uma taxa de mortalidade especifica por COVID-19 de 14,8 por 100 mil habitantes, ligeiramente superior à de Portugal com 14,6 por 100 mil habitantes”.
O delegado de saúde regional do Centro avisa que “não estamos ainda, ou não deveremos estar, num tempo de relaxamento ou de facilitar”. “Só uma atitude de grande responsabilidade coletiva pode, seguindo as orientações da DGS, garantir um desconfinamento seguro e uma retoma da vida sem sobressaltos e sem retorno aos dias de março”, diz.
João Pedro Pimentel garante que os testes “constituíram-se como um elemento importante no combate à pandemia, realizados para diagnóstico e ou para rastreio” e que a testagem, na região “atingiu, pois, números compatíveis com o momento pandémico, tendo as unidades de saúde prescrito cerca de 120 mil testes e a Segurança Social foi, até agora, responsável por 30 mil testes realizados aos profissionais das diversas estruturas de apoio social”.