Opinião – “Rimo-nos do cómico e do verdadeiro”

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“Na vida, rimo-nos do cómico e do verdadeiro”.
Al Capone

Parece fazer todo o sentido voltar a falar, com mais veemência, sobre o Metro Ligeiro de Superfície e o Aeroporto do Centro.
Sobre o primeiro, porque continua a existir um investimento absurdo e por vezes obsceno, em Lisboa e no Porto e para a região centro, nada de nada.
Sobre o segundo, porque o Porto insurgiu-se contra o programa de retoma de rotas da TAP e a região centro mantém-se calada, caladinha, acerca do assunto do nosso interesse.
Mas afinal, vamos lá ver se nos entendemos. Existe gente capaz de assumir um combate com o resto do país para os nossos desígnios, mas que estão enfeudados ao domínio de Lisboa e do Porto, ou então, não temos mesmo ninguém capaz de assumir essa responsabilidade?
Segundo tivemos oportunidade de ver nos vários serviços noticiosos, o norte do País levantou-se em massa contra o programa da TAP, mas sempre com o Rui Moreira a liderar.
Aliás, é sempre ao Presidente da Câmara Municipal de Porto que é dada a relevância e a liderança para o combate.
Pelas nossas bandas, dá ideia que os nossos políticos têm vergonha, alguma dívida de gratidão ou servilismo, ou, pior, não têm capacidade intelectual, cívica e política para enfrentar o País. Ou tudo junto. O que seria então de uma gravidade ainda maior!
Portugal dividido entre Norte e Sul, NÃO, NÃO e NÃO!
No que ao Metro Ligeiro de Superfície diz respeito ainda é mais grave.
Algo que não seja programado para aproximar o litoral do interior, é um crime de lesa região e lesa Pátria.
Já não bastará a autoestrada mais cara do País ser entre Coimbra e a Figueira da Foz? O que é preciso ainda mais para uma revoltante política regional de desenvolvimento? Ah, há pior, já me lembro, a “não autoestrada” entre Coimbra e Viseu, fruto de anos de má governação nacional e regional.
Portanto, haverá que corrigir o que está estruturalmente mal.
Conceber um projecto que aproxime Coimbra, Mealhada, Cantanhede, Mira, Figueira da Foz, Montemor o Velho, Soure, Condeixa, Miranda do Corvo, Lousã e outros concelhos do interior, por via férrea e autocarros rápidos, urge.
E não será assim tão difícil. Não podemos, naturalmente, é colocar os mesmos de antanho a decidir, porque, como já vimos, a coisa pareceu o “relógio Ómega”; “não adiantou nem atrasou”, pereceu!
Temos portanto, uma luta árdua pela frente. Mais velhos e mais novos terão de assumir a liderança destes desígnios.
Será que com os partidos políticos tradicionais não vamos lá!
Será que com os políticos que nos representam nos órgãos de poder institucional, não conseguiremos encontrar um denominador comum que nos faça erguer a bandeira da regionalização?
Será que haverá dinheiro para tudo, menos para o que é importante para a Região Centro do País?
Será que desejamos subvalorizar Coimbra e a sua região, retirando-lhe capacidade de intervenção?
Ou será porque ficam satisfeitos e gostam de estar vergados aos poderes regionais mais poderosos? Serem servos?
O que os nossos netos comentarão sobre nós?
Só conseguiremos ter mais gente nos territórios de baixa densidade populacional, se criarmos condições necessárias para a sua qualidade de vida.
Assistimos, com a reacção da Região Norte à TAP, à afirmação política, económica e social de toda uma área geográfica que não deseja ter um “garrote, ou pata, no pescoço”!
Sabemos, tradicionalmente, que os portugueses gostam que decidam por eles.
Está na hora de uma reacção enérgica dos políticos da região centro.
Organizem-se porra!

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