O primeiro-ministro afirmou hoje que o processo de gradual levantamento das restrições por causa da covid-19 apresenta riscos e frisou que o Governo não hesitará em dar “um passo atrás” para garantir a segurança dos portugueses.
“Nunca terei vergonha ou qualquer rebuço de dar um passo atrás se isso for necessário para garantir esse bem essencial que é a segurança dos portugueses”, declarou António Costa em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, depois de o Governo aprovar o plano de transição do estado de emergência, que cessa no sábado, para o estado de calamidade, que começa este domingo.
De acordo com o primeiro-ministro, o processo de levantamento de restrições “tem riscos – e ninguém pode ignorar a existência desses riscos”.
Temos também consciência de que à medida que vamos reabrindo um conjunto de atividades inevitavelmente o risco de transmissão vai aumentar. Portanto, ninguém tenha ilusões de que quando passarmos a abrir uma loja o risco de contenção diminui ou será o mesmo. Seguramente o risco aumenta, o que exige maior responsabilidade de todos nós”, advertiu.
Para o efeito, António Costa reiterou que o Governo definiu “um quadro de medidas que entram em vigor de 15 em 15 dias: 04 de maio, 18 de maio e 01 de junho”.
“Antes de cada uma destas fases, procederemos novamente a uma avaliação dos efeitos que tiveram as medidas anteriormente adotadas e avaliaremos se estamos em condições de, como esperamos e desejamos, podermos dar o passo seguinte para passar à fase subsequente”, declarou o líder do executivo.
António Costa defendeu depois que este é percurso que os cidadãos têm de fazer “com confiança”.
“Mas temos de fazer em conjunto. Os portugueses podem contar com a total determinação do Governo no sentido de adotar em qualquer momento e em quaisquer circunstâncias todas as medidas que forem necessárias para preservar a nossa saúde pública”, reforçou o primeiro-ministro.
Na parte final da sua intervenção, António Costa reforçou as mensagens de cautela em relação aos próximos tempos, apontando que até haver uma vacina disponível no mercado, ou até haver um tratamento de efeitos terapêuticos comprovados, os cidadãos vão ter de continuar a conviver com a covid-19 nas suas vidas.