Foto – Pedro Ramos
O ex-comissário da União Europeia, Carlos Moedas, vai distribuir os 25 mil euros do prémio Universidade de Coimbra (UC) aos alunos que, não tendo possibilidades, queiram “e tenham talento para estudar fora, sobretudo aqueles que queiram estudar em Coimbra”.
“Este prémio permitirá, pela primeira vez na minha vida, que eu ajude diretamente aqueles que mais precisam. Nasci numa família pobre, nos anos 70, na cidade de Beja, e sei a dificuldade que foi para os meus pais – e para tantos na altura -, levar um filho a estudar fora”, disse ontem o ex-comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação entre 2014 e 2019.
“Gostava de oferecer este prémio aos alunos da minha terra de Beja que queiram e tenham talento para vir para Coimbra, e os outros. Aqueles que eu puder ajudar. Este prémio não é para mim, é para eles”, garantiu.
Carlos Moedas intervinha ontem na cerimónia em que o reitor, Amílcar Falcão, lhe entregou o galardão, durante a sessão comemorativa do 730.º aniversário da UC, realizada na Sala dos Capelos, e em que o Governo se fez representar por três ministros – Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), Tiago Brandão Rodrigues (Educação) e Manuel Heitor (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) – e pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.
“Este é um dia especial porque a Universidade de Coimbra durante estes cinco anos [enquanto comissário europeu] esteve sempre ao meu lado; e porque a UC representa realmente o melhor que o passado tem como arma para ganhar o futuro”, defendeu.
Momentos antes, Joaquim Murta, professor catedrático da Faculdade de Medicina da UC, a quem coube a apresentação do vencedor do Prémio UC, referia que Carlos Moedas foi um “notável embaixador de gerações mais jovens e até de gerações futuras junto do poder em Bruxelas, do melhor de Portugal e da Europa, e do melhor da Europa no mundo”.
Atratividade é o maior
de todos os desafios
“O engenheiro Carlos Moedas revolucionou a forma como a União Europeia executou o Programa Quadro Horizonte 2020 e perspetivou o Programa Quadro Horizonte Europa para o período 2021-2027”, disse, por seu turno, o reitor da Universidade de Coimbra.
Ao intervir na cerimónia solene, Amílcar Falcão não deixou de referir que a UC foi “a entidade do sistema científico e tecnológico que mais volume de financiamento competitivo angariou em Portugal no quadro do Horizonte 2020”. E foi, em 2019, a organização nacional com mais pedidos de patentes registados”.
Contudo, para o reitor, o maior de todos os desafios é o da atratividade, a que se junta o da inovação pedagógica.
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