Estudo apoia tese de que planta cultivada resiste menos a doenças do que a selvagem

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Um estudo sobre tomateiros apoia a hipótese de que “as plantas cultivadas perdem características defensivas contra pragas e doenças, devido ao foco na sua seleção”, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

As plantas de “tomate selvagem (das quais derivam os tomates comercializados atualmente) e as primeiras variedades que foram domesticadas na América Central (os tomates cereja) têm melhores defesas do que as variedades de tomate modernas”, revela, pela primeira vez, um estudo publicado na revista ‘New Phytologist‘, afirma a UC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

A investigação foi desenvolvida por uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC), através do Centro de Ecologia Funcional (Centre for Functional Ecology – Science for People and the Planet), em colaboração com o Instituto de Hortofruticultura Subtropical y Mediterránea “La Mayora” del Consejo Superior de Investigaciones Científicas (IHSM-CSIC), em Espanha.

Estes resultados, sustenta Victoria Ferrero, primeira autora do artigo científico, citada pela UC, “apoiam a hipótese de que as plantas cultivadas perdem características defensivas contra pragas e doenças devido ao foco na seleção de plantas com frutos maiores e não tóxicos durante a domesticação”.

O estudo utilizou 23 tipos de tomates e mais de 1.700 plantas que foram expostas a diferentes tipos de pragas, tais como insetos sugadores, lagartas e nemátodes, e vírus.

As plantas de tomate selvagem e as variedades mais antigas de tomates cultivados (provenientes da América Latina) apresentaram “maior capacidade de resistir a estas pragas sem sofrer efeitos prejudiciais ao seu desenvolvimento e/ou na produção de tomates”, refere a UC.

A investigadora do Centro de Ecologia Funcional da FCTUC considera ainda que os resultados deste estudo “ajudam a entender o impacto da domesticação no crescimento e defesa das plantas cultivadas para desenvolver estratégias de melhora que permitam diminuir o uso de pesticidas”.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

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