Opinião – Aeroporto, elefante branco

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O país é pequeno para tantos aeroportos. O Porto está a uma hora e meia de Coimbra, de comboio, ligado ao metro, que vai até ao Aeroporto Sá Carneiro. Lisboa está a duas horas, nas calmas, sem pressas.

Entre as duas grandes cidades do país, temos província, cidades pequenas (menos de 100 mil habitantes) para aquilo que é exigido a um aeroporto do século XXI.

Sabemos ainda que o aeroporto do Porto está longe da sua capacidade – tem muito por onde se expandir.

Em Lisboa, prepara-se, bem ou mal, o aeroporto do Montijo, aumentando largamente a capacidade de transporte de passageiros. Logo, fi ca sem sentido ter mais um aeroporto na Região Centro.

O caso do aeroporto de Beja ilustra bem o que poderá acontecer-nos na Região Centro: dinheiros públicos mal investidos, 33 milhões de euros perdidos numa vã tentativa de trazer turistas. Um desastre. Há vários projetos falhados de aeroportos.

Berlim Brandenburgo começou a ser construído em 2006 e ainda não abriu, 7900 milhões de euros para 45 milhões de passageiros. E quem já aterrou em Berlim Tegel, sabe que o atual aeroporto é mais pequeno do que o aeroporto do Porto, mas recebe 22 milhões de passageiros.

tudo uma questão de otimizar o espaço e melhorar as operações. Os números avançados pela Câmara Municipal de Leiria para a abertura de Monte Real ao tráfego aéreo são baixíssimos: estimam-se 600 mil passageiros, no máximo, com um investimento de 20 milhões de euros. Ou seja, parece um “aeroporto dos pequenitos”, uma quarta liga europeia. Um aeroporto que iria atrair turistas essencialmente vindos de Espanha ( 32%)! Ora, num quadro de alterações climáticas, com a expansão do comboio de alta-velocidade (está a chegar a Badajoz), faz pouco sentido transportar de avião gente de Madrid para Monte Real.

Por último, as “low-cost” estão a fechar bases (Faro) e a concentrar-se em Lisboa e no Porto. Leiria já tem o seu elefante branco, o estádio de futebol. Quer mais outro?

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