Opinião – A Reabilitação da Escola Secundária José Falcão de Coimbra

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“Espere com paciência, ataque com rapidez”
(provérbio chinês)

Corria o ano de 2010, fazia eu uma crítica , em um dos meus textos publicados no blogue “De Rerum Natura”, sobre o lamentável estado de abandono e degradação a que chegaram algumas escolas do ensino secundário público nacional de longa tradição e serviço prestado à formação da juventude. “Ipso facto”, dignas do maior respeito apesar de vivermos num país de filhos e enteados por motivos obscuros que se escondem por detrás da cortina de interesses inconfessáveis. Neste entreacto, foi beneficiada, em época socrática, com obras faraónicas, a escola do Vale das Flores e, em menor generosidade, a escola Brotero, ambas de Coimbra.
Dava eu como exemplo dessa degradação, por serem do meu melhor conhecimento, a Escola Secundária Camões (Lisboa) e a Escola Secundária José Falcão (Coimbra), ambas com um passado valioso pela formação de gerações de gente ilustre do panorama cultural português. A primeira destas escolas, viu-se coagida a promover espectáculos (no Coliseu dos Recreio de Lisboa) para prover a obras inadiáveis; a outra escola, com a chuva a entrar nas salas de aula e no ginásio e os corredores com os azulejos descolados das paredes dos corredores, espera por dias menos padrastos.
Nesta tragédia, a Escola Secundária José Falcão tem sido uma espécie de pião das nicas de todo este processo que, de quando em vez, merece um olhar compassivo, de diversos governantes ou políticos que se põem em bicos dos pés, embora deixando passar a respectiva solução de mãos em mãos de promessas vãs em que prometer é fácil, cumprir as promessas não, sendo elas, consequentemente, adiadas para um espécie de calendas gregas.
No caso da Escola Secundária José Falcão, actualmente, entre mãos do presidente da Câmara Municipal desta cidade, Manuel Machado, conforme lido e respigado deste jornal, em notícia do passado dia 10 deste mês, quando ele entrevistado, em simples previsão, de custos estimados, e todos sabemos quanto essa estima sofre tratos de polé que os podem fazer catapultar para quantias bem maiores do que estudos feitos sobre os joelhos (?) que apontam para vinte milhões, dos 100 milhões de euros de que as escolas de Coimbra precisam para serem reabilitadas por irem longe honestos tempos em que a construção da ponte Salazar/25 de Abril custou os preços orçamentados e foi construída meses antes do prazo estimado.
Mas isto, ainda que sob a condição da transferência dessas obras passarem para o âmbito do processo de descentralização que marca passo (ou como dizem os brasileiros “faz que“anda mas não anda”) nada nos garantindo poder contar-se com estas obras sob a presidência da Câmara Municipal de Coimbra de Manuel Machado, até porque, segundo ele, “ser lastimável que ao longo deste processo nenhum Governo tivesse avançado com a realização, pelo menos, do projecto de reabilitação do edifício centenário da Escola Secundária José Falcão”.
As obras de Santa Engrácia levaram quase três séculos (1682-1966) a serem concluídas. Haja a exigência de tempo menor para a reabilitação da Escola Secundária José Falcão. Será pedir muito?

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