Opinião: Um caso feio

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Quero falar de coisas que me indignam para lavar a alma. Descobri que a alma está ali pelo lobo frontal e que pode ser afectada em AVCs e Trauma. Agora vou meter a minha na centrifugadora e deixar sair o vinagre que a enferma, apertar com o fel que o Gregório soltou.
Hoje cabe a vez à farmácia do HUC que tomou de assalto a do Pediátrico, a do Maternal, a do Hospital Geral e hoje é uma poderosa frente de acção que gere milhões de euros com dezenas de funcionários.
Há tempos escrevi sobre a importância do seu director na escolha de programas informáticos e no apagamento de outros. Uns maldosos sugeriam que o consultor do programa era também o decisor sobre a opção. Não acreditaria nisso, Portugal não tem gente tão descuidada na decisão.
Depois falei da destruição gratuita e inqualificável do sistema Pyxies Med Station que envolveu várias máquinas de milhares de euros que existiam nos Covões, no Pediátrico e que estão fechadas porque sim. Alguém fez o feio destino de empacotar o que trabalhava e impedia desperdício no armazenamento de proximidade para regressar ao século XIX da distribuição em caixas e reversão diária de fármacos para a farmácia.
Enfim, era uma opção discutível mas sobretudo incompreensível pois não havia porquê. Digamos que Feio (o director da Farmácia do CHUC) passava por si na rua e lhe dava uma biqueirada – mas a que propósito? Porque sim! diria o próprio com ar cândido no rosto. Assim tratou ele o Ghaf e o Pyxies do CHC para apoiar o Glintt.
Ainda assim estaria eu só indignado, mas depois descobri que as reversões de dezenas de milhares de medicamentos, os que vão nas caixas do séc XIX e regressam para redistribuir, porque o princípio activo não muda numa viagem, são descarregadas no lixo.
O leitor pasme-se, abra a boca e perceba o que estou a dizer: milhares de euros por dia vão para o lixo porque alguém acha que essa é uma boa gestão, ou porque não tem pessoal, ou porque acha que o que ele acha é importante e faz lei. Isto é gente decisora do dinheiro público.
Mais grave é que eu sei que houve relatórios exigindo a mudança de método, explanações pormenorizadas indicando que estes procedimentos eram incompreensíveis e cinco anos depois estamos na mesma no HUC e pior nas instituições que essa ténia comeu. Hoje enviei tudo isto para a polícia judiciária! Um dia alguém tem de fazer valer os direitos dos contribuintes e isso só é possível com pró actividade.

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