Opinião: A solução da Académica/OAF é a sua marca registada – As pessoas

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No meio académico coimbrão, muito se tem falado e discutido sobre a possibilidade, para uns e uma necessidade para outros, da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol (AAA/OAF) passar o seu modelo de gestão de uma SDUQ para uma SAD minoritária.
Contudo este artigo não aborda esse assunto, porque no meu entender e das lições que tive nestes muitos anos de vivência académica enquanto atleta e depois como treinador, a Académica é um clube diferente. A sua reputação precede-a, tornando-a vital para a sua imagem a otimização do envolvimento com todos os stakeholders, que não se pode medir em valor de ações sejam elas de categoria A ou B.
A Académica é diferente porque o seu capital humano, a qualidade de pessoas que produziu para a sociedade portuguesa e lusófona são de um valor acrescentado.
E, se o nome da Académica e da Universidade de Coimbra, quase sempre visto como inseparável, se tornou um nome conhecido do desporto e da cultura, muito se deve à secção de futebol da Académica (atual AAC/OAF), ao basquetebol, à natação, ao rugby, à atual ginástica, e aos orfeonistas para além de outras secções.
A sua cultura e valores enquanto organização levaram a sua identidade aos quatro cantos do mundo, contribuíndo para uma imagem nacional e global do porquê de a Académica ser diferente. Não será por acaso que existem agremiações desportivas espalhadas pelo mundo lusófono com o nome Académica de…
Honrar o passado e seguir ao encontro do futuro, é o desafio da Académica/OAF.
Este foi o legado da Académica. A Académica/OAF precisa de perceber em que indústria quer estar envolvida, antes de compreender o compromisso que deseja assumir com os seus fans e proporcionar-lhes conteúdo com a qualidade que eles esperam/desejam. Conteúdo é tudo no marketing, seja ele desportivo ou de outra natureza.
Assim, seja qual for o modelo de sociedade sobre o qual assenta a sua gestão, ela deve focar-se na gestão da sua valiosa marca, a marca Académica, associada à sua Universidade, aos seus estudantes, à sua irreverência, às suas praxes académicas, mas acima de tudo pela contribuição para a formação do homem e reconhecida por muitos ao nível global.
E isto não deixa de ser possível de estar enquadrado numa equipa de futebol profissional de excelência. Antes pelo contrário; o sucesso de uma equipa desportiva só pode engrandecer a Universidade de Coimbra e toda a Academia.
Mas para que isso se concretize é preciso ter uma visão clara sobre onde queremos que a Académica/OAF esteja daqui a X anos, entender e aceitar que o que fazemos como a sua missão, quais são os nossos valores que no fundo representa como fazemos, qual é o propósito que é o porquê, a razão da Académica/OAF existir e o porquê da razão da nossa paixão e de como “Coimbra tem mais enquanto na hora da despedida”.
Como tal é preciso que exista uma estratégia desportiva, do marketing e comunicação devidamente alinhadas com o objetivo de potencializar a marca da Académica e todos os seus ativos, tendo em conta a redução de custos e aumento de receitas para se conseguir a sustentabilidade que não é só financeira, mas também ao nível do número de atletas da formação que chegam com efetividade à equipa sénior, com a formação de quadros técnicos valiosos no saber e na capacidade de ensinar e desenvolver jogadores.
Na indústria desportiva, só as organizações desportivas que tenham a capacidade de adaptação é que conseguiram a sua afirmação e sobrevivência da sua marca.
Daí a necessidade de saber gerir a marca Académica como criação de valor para os diferentes stakeholder, a saber sócios, dirigentes, treinadores, jogadores, outros colaboradores e com especial foco nos seus patrocinadores que devem ser encarados como parceiros na persecução dos objetivos delineados.
Já lá vai o tempo em que se ia ao Estádio do Calhabé para se ir ver um jogo de futebol porque essa era a rotina dos domingos à tarde. É preciso criar uma estratégia que passe por criar uma empatia com a Académica, apostando numa comunicação mais emocional e mais próxima dos adeptos.
Precisamos de cativar os jovens da cidade de Coimbra e da zona centro, os estudantes que vêm para a UC e Politécnicos, para se tornarem fans da Académica e defensores da sua marca, passando a outras gerações e às comunidades onde estão envolvidos, porque vale a pena viver a Académica e sentir a saudade quando nos afastamos, mas a mantemos sempre no nosso coração, “À saudade, … à …”

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