O nosso novo governo tem 19 ministros e 50 secretários de estado, o que significa que é um dos maiores executivos da nossa democracia. Se pensarmos que em cada gabinete, há entre motoristas, secretárias , adjuntos e assessores, uma média de mais de 10 elementos por governante, falamos de mais de 700 pessoas no governo. Esperamos muito que governem.
Esperamos muito que não se atrapalhem porque um secretário de estado da autarquias, outro do desenvolvimento regional, outro da coesão territorial , outro das florestas, algures vão discutir onde é que um entra e outro sai, em variados assuntos. Num País europeu, temos um governo de terceiro mundo. Num país que continua a ter uma dívida de quase 120% do PIB, num país que, há meia dúzia de anos, foi intervencionado, não há nenhuma inibição em gastar milhões a mais, não dando qualquer exemplo ou sinal político conveniente. Não tínhamos necessidade disto. Os cidadãos que pagam impostos sobre tudo e nada, não deveriam olhar para a administração do país com mais um encolher de ombros, como se toda esta anormalidade fosse comum.
Com estes 19 ministérios e 5 dezenas de secretarias de estado, a lei orgânica deste governo há-de ser uma manta de retalhos que vai desafiar a organização do próprio Estado. Desconfio mesmo , se bem me lembro daquela sala, que o Conselho de Ministros vai mudar de local porque não há cadeiras suficientes. Nem dinheiro suficiente. Além disso, como o tom se irá manter , governando à bolina da conjuntura e prevendo-se que a economia internacional abrandará , passaremos por tempos mais difíceis. Se não houvesse outra razão, a prudência política teria sido aconselhável.
Ao invés, toca a gastar e rezar para que todos se dêem bem e consigam tratar dos seus objetivos sem se atropelarem ou confundirem. Ficámos ricos, sem o sentir. Um dia alguém virá limpar a casa. Contudo há imensa gente que não percebe esta forma de estar , nem compreende tanta falta de memória.
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