Sobre as eleições legislativas, já foi quase tudo dito, embora muito mais se venha a ouvir de demasiados comentadores políticos que dissecarão os mais ínfimos pormenores do acontecido. Pelo que há que felicitar quem as ganhou, embora com uma margem que carece de apoios para governar. Mas pena é que os grandes problemas que afetam o desenvolvimento do nosso país desde sempre, ainda estejam por resolver, para aumentar uma baixíssima produtividade global, de modo a Portugal ser mais competitivo no contexto europeu e mundial. O que passa também por agilizar leis e regulamentos que atraiam muitos empresários. Oxalá o futuro governo crie as condições capitais para que este país se possa modernizar muito mais, e com a maior brevidade.
Já no contexto autárquico, a Câmara de Coimbra anunciou, na pretérita semana, o trânsito em julgado da sentença relativa aos Jardins do Mondego, tendo o presidente incumbido os serviços municipais de dar sequência às ações que permitam ultrapassar uma das mais críticas situações urbanísticas que afetam a urbe. Logo veremos se a Câmara atuará rapidamente, indo mais além de notificar os proprietários de obras paradas há quinze anos. É que é preciso viabilizar soluções que recuperem a beleza perdida de uma zona em que tudo tem corrido mal, desde o Parque Verde, que não tem evoluído como devia, à tardia recuperação das “docas”, e do paredão do rio.
Se a preparação das próximas eleições autárquicas começasse já, talvez provocasse um frenesim de ideias que deixaria marcas mais marcantes nesta terra do que a Cindazunda. Para acontecer, os políticos deveriam começar a debater com esta cidade como trazer maior pujança a Coimbra, envolvendo os cidadãos na análise dos problemas que há, e na procura das melhores soluções.
Havendo muito a mudar e a melhorar, será preciso acordar sobre como, e por onde começar. Sendo inúmeros os exemplos possíveis do que já deveria ter sido executado, pela minha parte, sugiro a quem se queira candidatar, que avalie o eventual interesse dos que passarei a indicar.
Expandir e melhorar a frequência dos transportes coletivos, com ou sem o dito “metrobus”. Construir parques de estacionamentos acessíveis junto do hospital central, pediátrico (e da nova maternidade?), em terrenos ainda devolutos, sem esperar pelo ansiado, mas demorado, auto-silo do CHUC, que terá rendibilidade certa, à custa dos negócios da saúde. Colocar semáforos na rotunda onde conflui o tráfego vindo da A1, do IC2 e de São Martinho. Fluidificar o trânsito automóvel nas pontes urbanas que atravessam o Mondego. Melhorar o escoamento do tráfego automóvel na Casa do Sal, e construir uma via dedicada a ambulâncias e a veículos de socorro. Concluir o simulacro da avenida central. Restringir o estacionamento na zona envolvente da Universidade a curtos lapsos temporais, com taxas crescentes e fiscalização eficiente. Ligar a Avenida Navarro a Coimbra B, por uma larga avenida. Unir o Parque Linear ao Parque Verde. Construir amplos parques empresariais, com soluções energéticas endógenas e renováveis. Criar estacionamentos gratuitos, que atraiam mais compradores para a Baixa e Baixinha. Etc, etc, etc.
Para além destas sugestões singelas, haverá muitas mais, e mais importantes, que os cidadãos de Coimbra poderão propor aos futuros candidatos a governarem esta terra. E obviamente que muitas outras ideias e ações serão necessárias para tornar Coimbra, e a região, mais apelativas para os empreendedores que urge atrair e fixar, para este território se afirmar como um pólo de desenvolvimento regional que, se e quando vier a existir, tornará o nosso país mais competitivo.