Opinião: Fazer as contas

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Está a chegar ao fim o Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, que é o nome que damos ao orçamento que neste período apoiou as diversas políticas da União Europeia. Foram anos de desafios, sobretudo por termos vindo de um período de crise que nos marcou profundamente. Agora, importa aproveitar para fazer o balanço e lembrar alguns pontos que nem sempre são realçados.

Entre 2014-2020, a UE disponibilizou mais de 20 mil milhões de euros para promover crescimento, emprego e inclusão social, que proporcionassem uma vida mais digna para todos os portugueses. De que forma? Apoiando a concretização de projetos e programas que têm um impacto direto na sua vida.

Deixo aqui apenas alguns exemplos: a modernização da Linha do Minho, a ajuda após os grandes incêndios de 2017, o auxílio financeiro a quase um milhar e meio de trabalhadores e jovens que perderam o emprego no setor têxtil, o apoio aos investimentos em inovação e em produções mais qualificadas em centenas de empresas de variadíssimos setores.

Mas foram, acima de tudo, seis anos em que conseguimos conduzir a Europa para áreas de futuro. Tornámos a educação mais acessível a 300 mil estudantes portugueses através de bolsas de estudo. Ajudámos 4000 jovens agricultores portugueses a desenvolverem e a inovarem os seus negócios. Contribuímos para a preservação do património natural de Portugal, financiando intervenções de proteção do litoral.

Mas não só. É bem provável que um jovem da sua família tenha aproveitado umas das muitas oportunidades de estudar, trabalhar ou fazer voluntariado noutro país graças ao programa Erasmus+ da UE. O investimento nos jovens europeus tem sido uma das nossas prioridades.

Só em 2017, disponibilizámos meios para que mais de 20 mil estudantes portugueses tivessem pelo menos uma experiência no estrangeiro. A experiência de estudar noutro país permite-lhes entrar em contacto com realidades diferentes, enriquecendo-os tanto ao nível pessoal como profissional. E enriquece-nos como comunidade, porque aproxima as diferentes culturas que fazem da Europa um dos continentes mais ricos em diversidade.

A UE é parte integrante do nosso dia-a-dia. Nem sempre disso nos apercebemos, mas o impacto da EU nas nossas vidas é muito concreto: trabalhar num quadro mais amplo e em que nos confrontamos – e cooperamos – com os outros europeus, contribui para sejamos melhores a aprender, a inovar, a proteger o ambiente, a abrir as portas aos jovens, a proteger as pessoas mais vulneráveis e menos adaptadas às mudanças do mercado de trabalho.

Debate-se agora, democraticamente, o próximo orçamento. Cabe-nos não nos esquecermos das prioridades que a Presidente eleita da Comissão Europeia definiu: fazer face, com uma economia ao serviço das pessoas, às alterações climáticas, tecnológicas e demográficas que têm vindo a transformar as nossas sociedades e modos de vida.

O próximo orçamento deverá assim apoiar as politicas e projetos que permitam aos povos da Europa viver estas transformações como oportunidades e concretizarem as suas aspirações. Deve ser, por isso, um orçamento que sustente uma União mais ambiciosa!

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