Parece estar para durar o diferendo entre a autarquia de Coimbra e os trabalhadores do serviço de atendimento do desporto. Em greve desde o início do mês, os funcionários municipais estão a levar a efeito uma paralisação intermitente, em que interrompem as suas funções em horários com maior afluência de utilizadores das piscinas da Solum, Eiras e São Martinho.
Em causa está o pagamento dos retroativos do Abono por Falhas do tempo compreendido entre 2009 e 2017, numa greve convocada por tempo indeterminado.
Ora, quem ainda não está convencido sobre a legalidade deste processo reivindicativo é a Câmara de Coimbra, que colocou um jurista a avaliar a situação. “É uma greve muito estranha e que nos motiva muitas dúvidas. Temos um jurista a analisar as questões relacionadas com a legalidade desta greve”, afirmou ontem Carlos Cidade, vice-presidente do município.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o responsável adiantou que “nestes casos a lei não prevê a obrigação de serviços mínimos”, caso contrário, “já tinha sido acionada”.
“O Tribunal Administrativo já decidiu e não condenou a Câmara de Coimbra a pagar estes retroativos”, afirmou o vereador com o pelouro do Desporto.
De acorco com Carlos Cidade, o STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional recorreu, agora, ao Tribunal de Execução de Penas e “deveria estar a aguardar a deliberação. Mas enfim…”.
O DIÁRIO AS BEIRAS tentou, ontem, ouvir a direção local do STAL, o que se revelou impossível.
Apelo à consciência
Considerando os “enormes prejuízos” para os utilizadores, o vereador apelou “à consciência de cada um dos trabalhadores” e pediu que estes “olhem para os constrangimentos” que a paralisação acarreta para a comunidade.
Registe-se que, desde o primeiro dia de greve, utentes do complexo olímpico de piscinas (individuais ou inseridos em clubes) têm vindo a expressar indignação.
E, como o DIÁRIO AS BEIRAS escreveu na sua edição de quarta-feira, 16 de outubro, um grupo de utilizadores afixou, numa das portas em vidro, uma “Carta Aberta aos Grevistas” referindo que, em democracia, o direito à greve “também implica o dever de respeitar o próximo e a sua liberdade de acesso aos espaços públicos”.
Toda a informação na edição impressa do DIÁRIO AS BEIRAS de 18 de outubro