A companhia de teatro A Escola da Noite manifestou, no sábado, a sua solidariedade com o Centro Dramático de Évora (Cendrev) que anunciou “a inevitabilidade de encerrar a sua atividade a partir de janeiro de 2020”. Em causa, estão os resultados provisórios dos concursos sustentados para o biénio 2020-2021 da Direção-Geral das Artes, segundo os quais a companhia com sede em Évora deixará de contar com financiamento público para o desenvolvimento do seu trabalho.
Em comunicado, a companhia de teatro profissional sediada em Coimbra lamenta que os resultados, decididos no final de agosto, sejam conhecidos agora, “num “tempo de ninguém”, entre um Governo que está de saída e outro que ainda não chegou”. Contudo, os elementos da Escola da Noite garantem que não ficarão calados.
“Não seremos cúmplices, com o nosso silêncio, de mais esta tentativa de destruir boa parte de quem criou as bases do teatro português no pós-25 de Abril e continua a ser uma parte fundamental do tecido teatral do nosso país”, pode ler-se no comunicado.
A companhia lembra que está a assistir-se “à mera repetição” do que aconteceu em março do ano passado, altura em que várias estruturas ficaram excluídas de qualquer apoio, incluindo a própria Escola da Noite. “Caso se tivessem concretizado, estes cortes provocariam uma razia sem precedentes nesse esburacado tecido, fustigado por anos de subfinanciamento e por cortes brutais no período da “austeridade””, lembra. Porém, na altura, a indignação e os protestos forçaram o primeiro-ministro a anunciar um reforço para as candidaturas elegíveis. De acordo com a Escola da Noite, o problema “é agora o mesmo, reforçado por uma carta que o próprio júri enviou à ministra [da Cultura], em que solicita uma solução que resgate as expectativas dos candidatos” considerados elegíveis, pondo fim a uma “profunda discrepância”, pedido ao qual a ministra, aparentemente, ainda não deu resposta”.
Pode ler a notícia completa na edição impressa desta segunda-feira, 14 de outubro de 2019, do Diário As Beiras