Nega ter assassinado o irmão

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Tribunal de Coimbra António Marçal, de 64 anos, negou ontem ter premeditado assassinar o irmão e deu a entender que o disparo fatal foi acidental e que até pode ter sido feito pelo próprio.
O arguido falou ontem em tribunal pela primeira vez para dizer que foi o irmão, Silvino Marçal, de 49 anos, que provocou a luta em que ambos se envolveram. Contou que estava a regressar de um terreno quando o irmão o mandou parar e lhe começou a atirar espigas. “Eu pensei: tenho de lhe meter medo e disparei dois tiros para o lado para o assustar”, disse, afirmando que depois o irmão lhe partiu uma garrafa de cerveja na cabeça. “Mandei-lhe um pontapé nos queixos, começámos à chapada, ele tenta unir-me os pés com a cabeça”, relatou.
Garantiu que “nunca” quis matar o irmão, afirmando que “um dos dois tocou no gatilho” e que, antes do disparo, a vítima lhe torceu a mão onde tinha a arma. “Começámos à porrada, a arma disparou. Nunca na vida ia matar o meu irmão eu dava-me superbem com ele”, repetiu.
Quando questionado sobre quem disparou o tiro que viria a matar Silvino Marçal, o arguido respondeu: “ou ele ou eu”, para depois dizer que “se quisesse matá-lo dava-lhe logo um tiro”.
As palavras do arguido, que preferiu manter-se em silêncio no início do julgamento, coincidiram, na maioria, com a descrição que fez à Polícia Judiciária (PJ) aquando da reconstituição do crime. Durante o discurso de ontem, deu várias vezes a entender não concordar com as partilhas que tinham sido feitas com o irmão após a morte do pai de ambos, concretamente com o facto de dividir um barracão que achava ser seu por direito.
A versão do arguido entronca na tese da defesa que alegou que o que se passou foi “uma fatalidade” e “um disparo acidental” ocorrida “na contenda entre dois irmãos”. António Marçal está acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado, mas a sua advogada considera que deve ser condenado por homicídio por negligência ou simples.

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