Consultório de estilo: E•le•gân•ci•a

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Aprendi, ao longo da minha vida, que há pessoas que nascem elegantes. Pessoas que entendem que a “classe” não precisa ser ostentada, e que a elegância não é sinónimo de presunção e de arrogância. Elegância é saber estar na vida, com simplicidade e, também, contaminar tudo o que implica viver em sociedade.

Gosto de citar Coco Chanel: “não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe”. Ser elegante não é apenas conhecer os protocolos em cerimoniais ou ostentar um carro ou uma joia cara. É através da elegância que se define uma imagem, construída com civilidade, harmonia e delicadeza. É o que dá sentido ao que vemos e admiramos em uma pessoa.

Há um conjunto de adjetivos que nos faz entender melhor as características de uma pessoa elegante: cortês, pontual, empática, gentil, educada, discreta e humilde. E o seu contrário é altamente nocivo: mesquinharias, lavar roupa suja em público; cuspir no prato em que comeu; participar de fofocas e boca a boca; assediar sem consentimento, gostar de criticar; discriminar pessoas; ser vulgar na roupa, no tom de voz e ter um ego inflamado.

O facto é que traduzimos a condição de elegante à escolha das roupas, do perfume, ao falar, ao cumprimentar, à solidez das atitudes em público e em privado. Também não precisa de exagerar na maquilhagem, na quantidade de perfume, enfim, na indiscrição. Ser refinado é dar sentido à simplicidade.

Mulheres elegantes não se incomodam em repetir vestidos, elas não ofuscam as outras, são notadas justamente pela presença inconfundível, envelhecem com naturalidade e fazem questão de que a passagem do tempo seja notada na sua aparência discreta e admirável.

Segundo a consultora de moda, a italiana Costanza Maria Teresa Ida Clotilde Giuseppina Pallavicini Pascolato, ou simplesmente, Costanza Pascolato, radicada no Brasil, há mais de 70 anos, lançou recentemente o seu quarto livro, “A Elegância do Agora” onde fala da necessidade do diálogo. Escreve a autora: “é preciso recuperar rituais de dignidade social que andam tão esquecidos como duas palavras essenciais em nossa língua: ética e empatia”.

A elegância, sobretudo, está no comportamento, na educação polida, na gratidão, no sorriso sincero. Ser elegante não é usufruir de artifícios, porque não se mede grandeza por riqueza, nem elegância por aparência. Existem duas maneiras de ser elegante na vida. Primeira: a partir da herança genética, quando se tem um histórico familiar de boa conduta e educação. Segunda: com esforço e dedicação, construindo uma identidade com bons exemplos e, claro, compreendendo que se pode aprender.

A elegância é intemporal, e não é a roupa, nem o sapato, nem a mala, nem um conjunto de acessórios que nos fazem elegantes. Ela é intrínseca, admirada, copiada, desejada, mas, infelizmente sem potencial para quem enxerga só as grandes coisas como sendo essenciais. O cisne é tido como exemplo de elegância. Ele sabe ser majestoso e inspirador.

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