Coimbra desenvolve projeto para reduzir tarifa de resíduos sólidos na fatura da água

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O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) está a desenvolver um projeto que permite que cada cidadão pague apenas o lixo indiferenciado que deita fora e que reduz o valor da fatura da água, foi hoje anunciado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o IPC adianta que o projeto “LIFEPAYT“, que está em fase de testes, com amostras da população, em Lisboa, Aveiro e Condeixa-a-Nova (Coimbra), tem como objetivo “que os cidadãos paguem apenas o que deitam no contentor do lixo indiferenciado e separem mais em casa para terem acesso a uma tarifa mais justa”.

Em Lisboa e Condeixa-a-Nova o sistema aplica-se aos produtores comerciais e, em Aveiro, ao lixo doméstico.

“O sistema PAYT (‘pay-as-you-throw’) permite que cada cidadão pague apenas o lixo indiferenciado que deita fora”, vinca a nota, referindo que, desta forma, “possibilita a redução do valor da tarifa da gestão de resíduos sólidos na fatura da água”.

Segundo o IPC, em Lisboa, os grandes produtores de resíduos, como supermercados e hospitais, que aderiram à nova tarifa, assinaram um contrato com o município, sendo que “cada contentor entregue possui um sensor com um número de série e é registada a frequência da recolha numa base de dados”.

No caso de Aveiro, Catarina Sousa, gestora do projeto e investigadora da Escola Superior Agrária de Coimbra, explica no comunicado que “cada cidadão recebe um cartão eletrónico para utilizar os contentores que se encontram na via pública”.

“Estes contentores possuem uma tômbola giratória, na qual cabe um saco de 40 litros. Apenas os munícipes com cartão é que podem utilizar os contentores. Estes só abrem depois da respetiva leitura. Ao passar o cartão no contentor é enviada para a plataforma digital a informação sobre o utilizador, ficando registado o dia em que foi lá colocado o saco”, refere a responsável.

Ainda em Aveiro, onde o projeto é aplicado a nível doméstico, para além da reciclagem, está a ser implementada uma outra alternativa relacionada com a compostagem dos resíduos orgânicos, que vai permitir uma redução ainda maior da fatura, “visto que são estes que mais pesam devido à presença de água”.

Já em Condeixa-a-Nova, os contentores para resíduos “têm um ‘chip’ e os dados são lidos através de um sistema específico que existe no veículo, passando a informação automaticamente para a plataforma digital”, sendo posteriormente encaminhados para uma base de dados, para análise.

Desta forma, segundo o IPC, “quem produz lixo é associado à quantidade de resíduos indiferenciados que produz, quer seja em termos domésticos, quer em termos comerciais”.

“O pagamento é mensal e a fatura é enviada pelo município a quem adere”, acrescenta.

Ainda de acordo com Catarina Sousa, o objetivo da medida é “incentivar o aumento da reciclagem e esta vai permitir uma redução na fatura final, uma vez que os cidadãos apresentam um menor volume de resíduos indiferenciados”.

Com esta sensibilização ambiental, os promotores pretendem “levar a um aumento da reciclagem, de modo a que Portugal cumpra as metas ambientais impostas pela União Europeia”.

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